O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) enviou mais de 100 mil SMS de Natal aos dadores habituais apelando à dádiva de sangue durante a época festiva. Os níveis das reservas correspondem ao esperado para esta altura do ano mas, ainda assim, o instituto lembrou aos dadores a necessidade de manterem a regularidade na dádiva.
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"Este Natal a solidariedade está entre nós. Dê sangue! + Sangue + Vida. Muito obrigada e boas festas". Foi este o SMS que 116 138 dadores habituais nos centros do IPST receberam de apelo à continuação às dádivas de sangue durante o Natal.
"Há muitos dadores que nesta época de solidariedade e altruísmo costumam realizar habitualmente a sua dádiva de sangue. Este é sem dúvida o melhor presente que podemos dar, o dom da vida" sublinhou, em resposta escrita ao JN, a presidente do IPST, Maria Antónia Escoval. De janeiro a novembro de 2022 o IPST enviou mais de 3,7 milhões de SMS a apelar à dádiva de sangue, avançou a dirigente.
Para os tipos de sangue "A negativo" e "O negativo" as reservas do IPST garantem cerca de cinco dias e para o "AB positivo" 59 dias. Considerando as reservas nos hospitais, estes níveis situam-se, respetivamente, nos 20 dias e nos 65 dias.
Nos meses de dezembro e janeiro as dádivas sofrem variações, embora habituais, devido às infeções respiratórias, salientou a dirigente.
Dádivas a crescer
De momento as reservas de sangue "apresentam-se de acordo com o esperado para esta época do ano", garante Maria Antónia Escoval. Dada a menor atividade dos hospitais prevê-se que a colheita consiga responder às necessidades atuais dos hospitais.
Segundo o IPST, nos últimos dois anos inverteu-se a tendência de decréscimo do número de dádivas e de pessoas a dar sangue em Portugal que se verificava desde 2008, sendo que em três anos não se contavam tantos dadores. Em 2021, 204 088 dadores efetuaram pelo menos uma dádiva. Registou-se um aumento de 23 mil dádivas e mais 15 mil pessoas doaram sangue face ao ano anterior.
Um cenário que parece manter-se em 2022: nos três centros do IPST - um em Lisboa, no Porto e em Coimbra -, de janeiro a novembro, as colheitas aumentaram 0,8% e a distribuição 0,1% face ao mesmo período do ano passado.
Em Portugal transfundiram-se 387 079 componentes sanguíneos, 1060 por dia, a 114 273 doentes, cerca de 313 por dia durante o ano passado.