Apoiantes de Costa criticam Rio, o "nazizinho" que "assassinou" a cultura no Porto
Um encontro de personalidades independentes que apoiam António Costa e o PS ficou marcado pelas críticas ao líder do PSD. O escritor Valter Hugo Mãe considerou que Rui Rio "assassinou" a cultura do Porto nos tempos em que foi autarca da cidade. A campeã olímpica Rosa Mota concordou e chamou-lhe mesmo "nazizinho".
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A ação de campanha decorreu em Lisboa, mas foi o Porto que esteve no centro das atenções. Uma situação que atingiu um inesperado auge quando Rosa Mota usou uma palavra que admitiu ser "feia" para descrever o trabalho de Rio na Invicta. Hesitou antes de a dizer, mas acabou por não resistir: "Ele é que manda, é o 'nazizinho'", considerou.
Momentos antes, Valter Hugo Mãe tinha dado o mote: "Sou do Porto e atravessei o inverno cultural que foi ter Rui Rio a comandar os destinos da cidade", referiu. O escritor argumentou que a entrega do teatro Rivoli a uma companhia de teatro lisboeta ou a mudança da companhia Seiva Trupe para Vila Nova de Gaia "suspenderam" a atividade cultural na cidade.
"A cultura no Porto foi assassinada pela política de Rui Rio", prosseguiu o escritor. "Surpreende-me como é que o país não viu isso", acrescentou, alegando que, se os portugueses tivessem maior consciência desse comportamento do líder social-democrata, talvez não houvesse hipóteses de Rio ter pretensões de se tornar primeiro-ministro.
Rosa Mota subscreveu a opinião: "Não foi só isso, foi muito mais. Realmente não percebo como as pessoas não conseguem ver o que se tentou destruir naquela cidade", considerou a antiga atleta, também ela portuense, insistindo nas críticas ao homem que liderou os destinos da Invicta entre 2002 e 2013.
Costa: país continuará a crescer "acima da média europeia"
António Costa, que esteve presente no encontro, tentou desconstruir as acusações que a Direita faz ao Governo no plano económico, nomeadamente quando esta insiste que o crescimento do país tem sido débil: "Fala-se muito do PIB dos últimos 20 anos para esconder o que é a realidade do PIB dos últimos seis anos", atirou o líder do PS.
O secretário-geral do PS lembrou que desde 2016, e à exceção do primeiro ano da pandemia, Portugal tem crescido "sempre acima da média europeia". "E todas as projeções internacionais indicam que vai continuar a ser assim nos próximos anos", acrescentou.
Apelando à "estabilidade" - uma constante na campanha socialista -, Costa voltou a visar o PSD, argumentando que a competitividade do país "não se ganha por baixar o IRC para todas as empresas e congelar o salário mínimo". Se este não subir, "todos os salários também ficarão congelados" e Portugal não conseguirá "fixar" a sua "geração de maior talento".
Para o líder socialista, as críticas de teor económico de que o PS tem sido alvo revelam também a "incompreensão" da Direita quanto à forma como se constrói um país. Esse processo não é instantâneo mas sim uma "maratona", frisou, sustentando que o investimento em Educação feito pelo Governo de António Guterres, a partir de 1995, começa agora a dar frutos.
"Temos de ter a ambição de a geração mais qualificada ser a mais realizada", afirmou António Costa, exortando as empresas a passarem a pagar "o que é justo" aos jovens com Educação superior.
Além de Valter Hugo Mãe e Rosa Mota, estiveram presentes na ação de campanha - a primeira do PS nesta sexta-feira - outras figuras da sociedade civil, como a atriz e encenadora Maria do Céu Guerra, o investigador do Instituto de Medicina Molecular Miguel Castanho ou o jornalista e escritor Luís Osório. À tarde, haverá um comício na Guarda e outro em Castelo Branco.