O casal McCann foi hoje, quarta-feira, recebido com palavras de apoio a Gonçalo Amaral e cravos vermelhos quando entrava no Palácio da Justiça de Lisboa para a última sessão do julgamento da providência cautelar do livro "Maddie - A Verdade da Mentira".
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Os pais da criança desaparecida em 2007, no Algarve, entraram às 9:35 no edifício e um pequeno grupo de anónimos, que distribuíram cravos vermelhos a simbolizar a liberdade conquistada em Abril de 1974, gritou: "Viva o doutor Gonçalo Amaral".
O ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) entrou no edifício imediatamente atrás de Kate e Gerry McCann, quando as câmaras de operadores de televisão portugueses, ingleses, espanhóis e franceses focavam o casal inglês.
Gerry McCann limitou-se a dizer que "esperava o mesmo que nas anteriores sessões" do julgamento, realizadas de 12 a 14 de janeiro. Na altura, o casal expressou a confiança de que a proibição do livro de Gonçalo Amaral possa ser decretada definitiva pela juíza do processo, Gabriela Cunha Rodrigues.
A advogada do casal McCann apresentou, entretanto, uma queixa crime contra a TVI, por alegada violação sucessiva da providência cautelar de proibição de difusão da tese de Gonçalo Amaral reproduzida no livro "Maddie - A Verdade da Mentira".
Isabel Duarte interpôs a ação no Tribunal Criminal de Oeiras ao final da manhã de hoje, indicando como testemunhas Kate e Gerry McCann, que acompanharam a advogada e foram ouvidos pelo Ministério Público, aproveitando a estada em Portugal para o julgamento da proibição do livro do ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ).
A representante dos pais da criança desaparecida no Algarve, em 2007, acusa também a TVI de propagação das infâmias e injúrias ao casal britânico, que regressa hoje a Londres após a última sessão do julgamento no Palácio da Justiça, em Lisboa, da medida cautelar provisória de retirada do mercado do livro, decretada a 09 de setembro de 2009.
A audiência na 7.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, que hoje terá as alegações finais à tarde, foi preenchida na parte da manhã com os depoimentos de duas testemunhas, apresentadas pela Guerra & Paz, editora do livro de Gonçalo Amaral, e pela Valentim de Carvalho, responsável pela comercialização do vídeo baseado no documentário exibido pela TVI, em 2009, também visadas no processo.
Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã, jornal que vendeu o vídeo juntamente com a edição de 29 de julho de 2009, confirmou que o livro foi apresentado em Lisboa a 24 de julho de 2008 e sublinhou que "o livro é posterior" ao despacho de arquivamento da investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann, a 29 de julho de 2008.
O jornalista lembrou que em Portugal foram editados, e enconram-se ainda à venda, outros livros de casos investigados, exemplificando, entre outros, com o caso Camarate e com a obra "As Faces da Justiça", de Marinho Pinto, actual bastonário da Ordem dos Advogados.
O produtor audiovisual Luís Froes explicou o contrato estabelecido entre a Valentim de Carvalho e a TVI e a juíza do processo determinou a junção aos autos do documento, que fixava o período de 27 de abril a 30 de junho de 2009 para comercialização do vídeo.