A Penha e o seu santuário são omnipresentes no horizonte de Guimarães. Contudo, a subida ao ponto mais alto da área urbana não entra no roteiro de muitos visitantes. A notoriedade da cidade resulta dos seus monumentos mais icónicos, como o castelo, o Paço dos Duques de Bragança, ou a estátua de D. Afonso Henriques.
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A maioria dos visitantes de Guimarães faz um circuito pelos três pontos muito próximos - castelo, Paço dos Duques de Bragança e a estátua de D. Afonso Henriques - deixa a cidade, rumo ao Porto ou a Braga.
Os comerciantes e empresários de restauração e de hotelaria queixam-se deste "turismo de poucas horas" que não pernoita na cidade e que, por vezes, não chega a fazer ali qualquer refeição. Os visitantes, todavia, também ficam a perder, pelo que não chegam a conhecer.
Acessível numa caminhada de dez minutos a pé, a partir do Centro Histórico, fica o teleférico que permite chegar ao alto da montanha de Santa Catarina (a Penha), vencendo um desnível de 400 metros, em cerca de oito minutos.
Escolher o percurso com base na condição física
A subida vale por várias razões, seja por razões religiosas ou porque o edifício foi projetado pelo arquiteto Marques da Silva ou, simplesmente, para ter as melhores vistas da cidade, a partir do miradouro.
Para os mais atléticos, em vez da subida pelo teleférico, há uma rota marcada pela encosta, ao longo da freguesia da Costa. São 3,8 quilómetros até ao cume, que não leva mais de duas horas a percorrer, por um caminho quase sempre protegido pela sombra das árvores.
É possível entrar nesta rota no Parque da Cidade ou no Convento de Santa Marinha da Costa, outros dois pontos que passam ao lado dos mais desatentos. Já para quem pretenda uma versão mais ligeira, mas com os mesmos atrativos, o ideal é subir pelo teleférico e regressar a pé.
Piqueniques muito concorridos nos fins de semana de verão
Das alturas do teleférico, ou pela sombra do trilho, é possível apreciar a beleza da mancha florestal que cobre a zona mais alta da montanha e que, hoje, parece natural, mas que é, na verdade, uma construção humana. A arborização da Penha é um empreendimento que só começou a tomar forma a partir das últimas décadas do século XIX.
Nos fins de semana, ao longo do verão, os relvados e as mesas são tomados pelas famílias que vêm fazer piqueniques e passar o dia. Para quem quiser almoçar por lá no alto, antes de voltar à cidade, mas preferir o conforto de uma refeição com talheres, também há oferta.
Momento alto é a grande peregrinação da Penha, em que milhares de fiéis acompanham a subida da Senhora da cidade até ao santuário, que decorre no segundo domingo de setembro.