O Governo arquivou o inquérito da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) ao acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal, avança a edição deste sábado do jornal "Público".
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A IGF propôs o arquivamento, homologado pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, num despacho de 8 de agosto, por considerar que as irregularidades identificadas já estão resolvidas.
O relatório aponta a existência de três irregularidades na relação entre a Câmara Municipal de Setúbal (CMS) e a Associação de Imigrantes dos Países de Leste (EDINSTVO), suspeita de ter elementos russos com ligações ao regime de Vladimir Putin.
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Em declarações ao Público, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, reconheceu que o arquivamento do caso não foi uma surpresa. "Não estávamos à espera de outra coisa, porque temos a consciência de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para receber as pessoas o melhor possível e lamentamos tudo o que se passou depois", frisou.
O caso remonta a abril deste ano, altura em que o semanário "Expresso" noticiou que refugiados ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Putin e que responsáveis pela Linha de Apoio aos Refugiados fotocopiaram documentos dos refugiados, entre os quais passaportes e certidões das crianças.
De acordo com o semanário, pelo menos 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense, retirada de funções pela autarquia.