Há seis anos que Alberto João Jardim não discursava num congresso do PSD. Este sábado subiu ao palco, a uma hora decente, como queria, (17 horas) e trouxe da Madeira sete dicas para ajudar Rui Rio, entre elas acabar com o Estado ONG e regionalizar o país. A sala aplaudiu-o.
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Jardim diz que o PSD tem dois desafios pela frente: "avançar na crítica inteligente, concreta e percetível do Governo" e "ir ao encontro do povo e ver o que cada português quer". Jardim desafia Rui Rio a ir ao encontro das pessoas e deixou-lhe sete dicas para que o PSD possa voltar a conquistar o voto dos portugueses.
O ex-presidente do Governo Regional da Madeira defende que a prioridade do país deve ser aumentar o investimento, público e privado, investir na inovação e preparar bons quadros. E fez um pedido a Rui Rio: "acabar de uma vez por todas com as peias burocráticas" que, em seu entender, atrasam o investimento. "Rui Rio, vamos acabar com esta porcaria toda!", pediu.
Jardim pediu ainda "coragem para a reforma da Justiça, sem medos corporativos", "um novo sistema fiscal mais atrativo" e alívio nos impostos. "A classe média está sobrecarregada de impostos", disse, arrancando aplausos da sala.
Uma das críticas mais duras de Jardim foi para os apoios que são dados pelo Estado. "Anda-se a dar subsídios a quem não quer trabalhar, vamos chamar os bois pelos nomes", disse, insistindo que " o Estado Social não é uma ONG". "A ONG é que faz caridade", disse.
Jardim voltou ainda a um dos seus temas de eleição: a regionalização, sobre a qual Rui Rio ainda não se pronunciou. E deixou o desafio, dando o exemplo do desenvolvimento da Madeira: "é preciso regionalizar politicamente todo o território nacional, regionalizar politicamente e não administrativamente", disse.
Outra das propostas polémicas de Jardim foi em relação à lei laboral, sugerindo que é preciso mexer na lei de greve. "O problema é não haver regulamentação da lei da greve na saúde e nos transportes", disse, voltando a falar de um tema que lhe é recorrente.
Alberto João insistiu na necessidade de uma reforma constitucional e deixou um conselho a Rui Rio: ou o PS aceita mexer nestas sete alterações que propõe, ou não vale a pena o PSD encetar tentativas de negociação. Se assim for, " a geringonça não é de Esquerda, é do mais reacionário e conservador que existe".