A refrigeração dos alimentos, o funcionamento da cozinha e dos aparelhos eletrónicos valiosíssimos para a navegação, a iluminação, e o mais dramático, a água corrente que permite manter as condições higiénicas básicas, dependem da eletricidade produzida pelos geradores. O fato de serem dois revela a sua importância.
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Dois motores geradores, cada um de les composto por um motor a diesel de 450 cavalos (cv) de potência, acoplado a um alternador com uma potência elétrica de 295 kilovoltampere (kva), fornecem ao navio a energia elétrica. O gerador produz a energia elétrica necessária às bombas responsáveis pelo abastecimento de água. "Uma falha pode provocar uma grande diminuição
das condições higiénicas a bordo", como diz o engenheiro do Creoula Marco Guimarães.
O motor tem um consumo entre os 30 e os 35 litros/hora (L/h) e trabalha constantemente a 1500 rotações por minuto (rpm), ao contrario do alternador, que produz energia elétrica em função da necessidade.
A seguir em ordem de importância está o motor propulsor.O bloco do motor, idêntico ao dos camiões Mercedes, é composto por oito cilindros em"V", com 500 cv de potência.Oconsumo, que pode variar entre os 50 e 90 L/h dependendo das condições domar, da velocidade e se as velas estão carregadas ou não, é sobrealimentado por dois turbos que aproveitamos gases da combustão. Pode funcionar entre 1050 rpm em avante devagar e 1700 rpm em avante toda força (atingindo às 1800 rpm em emergência).O arranque é a ar comprimido, ao contrario do motor gerador que tem arranque elétrico.
A existência de água potável a bordo é assegurada por um gerador de água doce por osmose inversa. A água do mar é filtrada com filtros de 5 micron e sujeita a uma pressão de 60 bar por forma a separar os sais existentes, obtendo assim uma agua próxima da agua mineral, com conteúdo em sais abaixo das 250 ppm (partes pormilhão).
O bom café que esta água origina é aproveitado pelos Sargentos do navio, que não se esquecem de tirar um garrafão sempre
que o aparelho está a funcionar: só é utilizado no caso de a percentagem de água potável existente a bordo estar abaixo de um determinado nível, que varia em função do numero de dias da viagem. Possui uma capacidade de produção de 250 L/h e só funciona quando o navio navega a mais de 5 milhas da costa. Em média, por dia são consumidos cerca de 7000 L de água doce.
O tratamento dos esgotos do navio é feito na Estação de Tratamento de Águas Resíduais (ETAR) instalada a bordo, que possui três tanques de decantação de 8 metros cúbicos de capacidade (utilização para aproximadamente 90 pessoas). A transferência da matéria entre os tanques é comandada automáticamente por bóias. Estes tanques contêm bactérias aeróbicas (que trabalham em presença de oxigénio) transformando a materia orgânica decantada em dióxido
de carbono (CO2) e água (H2O). O fluido resultante é tratado com lixívia e outros produtos químicos e desaguado ao mar.
O papel higiénico não pode ser deitado na sanita porque causa entupimento da tubagem. A utilização de productos químicos nas sanitas provoca a morte das baterias anulando assim o tratamento de esgotos, pelo que não pode ser deitado nas sanitas nenhum produto para além da água salgada aspirada do mar.