"As moléculas canabinoides são extremamente promissoras para o tratamento da dor nos animais"
Em Portugal, não há legislação para usar canábis medicinal em animais de companhia, ao contrário do que acontece no Brasil e em outros países da América Latina. Karla Pinto, médica veterinária, defende que há muito para explorar e, tal como nos humanos, há potencial terapêutico no uso da planta em cães e gatos.
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Aos 46 anos, a brasileira Karla Pinto está atualmente a tirar um doutoramento na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), cuja área de estudo é o uso de canábis medicinal em animais. Tal como nos humanos, alguns estudos têm demonstrado que há potencial terapêutico em diversas espécies a partir do uso da planta em casos de epilepsia, ansiedade e dor.
"As moléculas canabinoides [compostos químicos da planta canábis] são extremamente promissoras para o tratamento da dor", diz Karla Pinto, referindo-se ao uso em animais que estão a receber cuidados paliativos. Alguns países, principalmente da América Latina, já regulamentaram ou tornaram usual o uso de canábis medicinal para tratar problemas de saúde em animais. Por exemplo, em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou o uso de canábis na medicina veterinária no Brasil.