O Bloco de Esquerda considerou hoje "um passo positivo" a decisão da Comissão Europeia de cancelar a aplicação de multa a Portugal, mas advertiu que falta ainda "vencer a batalha" em defesa dos fundos estruturais em setembro.
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Estas posições foram assumidas pelo líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, após a Comissão Europeia ter decidido recomendar a suspensão da multa a Portugal no quadro do processo de sanções devido ao défice excessivo e de anunciar que, posteriormente, apresentará uma proposta sobre a suspensão de fundos.
"A decisão da Comissão Europeia é a derrota de todos aqueles que em Portugal e na Europa tudo fizeram para que o país fosse alvo de sanções. Vale a Pena lutar por Portugal na União Europeia. Reconhecemos que este é um passo positivo, mas ainda falta vencermos a batalha, porque teremos em setembro um debate difícil sobre a possibilidade de suspensão de fundos comunitários", declarou Pedro Filipe Soares.
PSD diz que imperou bom senso
O deputado do PSD Miguel Morgado defendeu "imperou o bom senso" e, internamente, pôs fim à discussão em torno de 2015.
"Hoje é um dia bom para Portugal na medida em que imperou o bom senso. É uma decisão sensata da Comissão Europeia depois de um processo em que as instituições europeias, também temos de o dizer, não foram exatamente marcadas pela razoabilidade e por esse bom senso que agora, finalmente, imperou", afirmou Miguel Morgado.
Falando aos jornalistas no parlamento, o deputado e dirigente social-democrata sublinhou ainda que, no debate interno, "toda a discussão em torno de 2015 terminou".
PS apela ao fim "do psicodrama" dos planos B de austeridade
PS considerou hoje que o cancelamento da aplicação de multas a Portugal é uma "tripla derrota" para quem tentou explorar a questão das sanções e apelou ao fim do "psicodrama" sobre "planos B" de austeridade.
Estas posições foram assumidas pelo porta-voz socialista, João Galamba, após a Comissão Europeia ter decidido recomendar a suspensão da multa a Portugal no quadro do processo de sanções devido ao défice excessivo e de ter anunciado que, posteriormente, apresentará uma proposta sobre a suspensão de fundos.
"Penso que o resultado de hoje e os últimos meses [de execução orçamental] deveriam levar toda a gente a acabar com o psicodrama dos planos B. Percebo que haja pessoas que queiram insistir na manutenção de um clima de dramatização injustificada, mas essa talvez não seja a atitude mais prudente", declarou o membro do Secretariado Nacional do PS.
PCP sem cantar "vitória" aconselha cimeira intergovernamental a Costa
O líder parlamentar do PCP não quis cantar "vitória" porque se mantém o processo de "pressão e chantagem" da União Europeia (UE).
No parlamento, João Oliveira insistiu na proposta de organização de uma cimeira intergovernamental de estados-membros para a suspensão do Tratado Orçamental e Tratado de Lisboa.
"Não se pode considerar, de forma alguma, uma vitória a inexistência de uma expressão financeira desta sanção porque, na prática, o que confirma é uma decisão de punição sobre o país e condicionamento da soberania que não podemos aceitar", afirmou, classificando o anúncio da Comissão Europeia (CE) como "inaceitável", "ilegítimo" e "atentatório da soberania e dos interesses nacionais".
CDS-PP fala em bom senso
A deputada e vice-presidente do CDS-PP Cecília Meireles defendeu a Comissão Europeia demonstrou bom senso e argumentou que cabe ao Governo manter o país fora do "radar das sanções".
"Houve algum bom senso, alguma razoabilidade, no reconhecimento dos esforços que foram feitos por Portugal e pelos portugueses nesta decisão de não aplicação de qualquer multa efetiva. Agora vale a pena olhar para o futuro e perceber que é importante o Governo manter definitivamente Portugal fora deste radar das sanções", afirmou Cecília Meireles aos jornalistas no parlamento.
A parlamentar e dirigente centrista sublinhou, em resposta a uma questão, não esperar mais austeridade, insistindo que "o que se espera é que o Governo mantenha Portugal fora deste radar das sanções, saiba sempre mostrar à Comissão Europeia e às instituições europeias a maneira como Portugal está a ser dirigido e que é um país credível".