Sistema que recorre a técnicas de inteligência artificial permitirá aumentar o número de contraordenações.
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No Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores, sediado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, está a nascer o Centro Inteligente de Gestão e Controlo Operacional (CIGESCOP) da ASAE. Vai permitir-lhe uma resposta mais eficiente e eficaz, reforçando a sua capacidade inspetiva e, assim, aumentar o número de contraordenações e de processos-crime. O objetivo é começar a testá-lo em 2022.
Com um orçamento de quase 300 mil euros, o projeto visa criar um sistema para análise e classificação de reclamações e denúncias recebidas eletronicamente, e seleção de agentes económicos a serem inspecionados e respetivas rotas de inspeção, recorrendo às mais recentes técnicas de inteligência artificial e aprendizagem computacional.
"Queremos, por exemplo, fiscalizar os talhos numa região à volta de 20 quilómetros de Mirandela. Colocamos os dados no sistema que, tendo por base o volume de consumo e as matrizes de risco, calculará o trajeto mais útil, prático e eficaz para os inspetores", explicou o subinspetor-geral da ASAE, Luís Lourenço, durante uma reunião que decorreu ontem, na FEUP, e em que esteve presente o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.
João Torres sublinhou que o CIGESCOP "vai aprofundar a digitalização da ASAE, reduzir a burocracia, permitir o apetrechamento informático dos inspetores, através de tablets, e ainda um melhor planeamento operacional das rotas de fiscalização. "Vem reforçar a qualidade do ato inspetivo, garantir que estarão mais focados na fiscalização e no tratamento das reclamações, por forma a encontrar mais facilmente eventuais circunstâncias ou atos que sejam suscetíveis de instauração de processos de contraordenação ou de processos-crime", acrescentou.
Mais do que incrementar o número de contraordenações e processos-crime, o objetivo é, por um lado, melhorar a capacidade de resposta, e, por outro, conseguir "uma clara sensibilização dos agentes económicos de que a infração será mais facilmente identificada, de forma a aumentar a segurança alimentar e económica nacional", explicou o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar.