Assis, Ana Catarina Mendes e Medina deverão liderar a lista do PS às europeias
Francisco Assis deverá ser o cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições europeias. O segundo lugar será ocupado por Ana Catarina Mendes e Fernando Medina, ex-ministro das Finanças, irá em terceiro, apurou o JN. Fonte da direção do PS desmente estas informações e diz que a lista ainda não está fechada.
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Se Francisco Assis já era uma das figuras apontadas para liderar a lista do PS às eleições europeias, a grande novidade será mesmo o nome de Fernando Medina como número três. Medina era o braço direito do ex-primeiro-ministro António Costa, desde a sua liderança na Câmara de Lisboa, tendo-se destacado no anterior Governo como o ministro responsável pelas "contas certas" nas Finanças. Já Ana Catarina Mendes, que foi ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares no último Executivo de Costa, deverá ser a escolha para ocupar o segundo lugar na lista dos socialistas às eleições de 9 de junho, apurou o JN junto de fontes ligadas ao partido.
No entanto, fonte da direção do PS sublinha, ao JN, que a escolha ainda não está feita nem para cabeça de lista nem para os restantes candidatos a eurodeputados. A Comissão Política Nacional reúne-se esta segunda-feira à noite para aprovar a lista final dos socialistas.
A confirmarem-se estes nomes, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, promoverá uma renovação significativa na lista dos candidatos às Europeias, até porque nenhuma destas figuras concorreu nas últimas eleições ao Parlamento Europeu. Então, em 2019, Pedro Marques foi escolhido para encabeçar a candidatura do PS.
Regresso a Bruxelas
Para Francisco Assis, deverá ser um regresso a Bruxelas, onde ocupou o cargo de deputado europeu entre 2004 e 2009. Em 2014, durante a liderança de António José Seguro, foi o cabeça de lista do partido às europeias, onde conseguiu uma vitória para o PS (31,46% contra 27,75% da coligação PSD/CDS-PP). A experiência política do socialista é vasta, que é reconhecido pela sua frontalidade.
Francisco Assis apoiou Pedro Nuno Santos nas eleições internas do PS, foi eleito deputado na nova legislatura e acabou por ser o candidato dos socialistas a presidente da Assembleia da República. Aliás, o impasse da eleição do presidente do Parlamento foi resolvido após um entendimento entre o PS e o PSD para uma liderança alternada: a presidência da Assembleia da República foi confiada a José Pedro Aguiar-Branco nos dois primeiros anos da legislatura, ficando, a partir de 2026, um deputado socialista.
Durante a campanha para as legislativas, Francisco Assis defendeu a candidatura de ex-primeiro-ministro António Costa a presidente do Conselho Europeu e tem manifestado preocupação com o agigantar dos extremismos na Europa. Num encontro recente no Porto, ao lado de Rui Moreira, lamentou o "desapego à democracia" das gerações mais novas, realçando a necessidade da escola pública reforçar a formação para a cidadania.
Antes de ser deputado na atual legislatura, Assis foi presidente do Conselho Económico e Social. Também já foi presidente da Câmara de Amarante, de onde é natural, e líder do grupo parlamentar socialista de 1997 a 2002 e de 2009 a 2011.
Política das contas certas
Também Ana Catarina Mendes, natural de Coimbra, é um dos nomes mais falados entre as hostes socialistas. A atual deputada do PS foi ex-ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares do último Governo de António Costa. Entre 2015 e 2019, assumiu as funções de secretária-geral adjunta do PS e na XIV Legislatura foi presidente do grupo parlamentar do PS.
Já a indicação de Fernando Medina, a confirmar-se, será uma surpresa. O ex- ministro das Finanças e antigo presidente da Câmara de Lisboa, entre 2015 e 2021, apoiou a candidatura de José Luís Carneiro às diretas do PS por considerar ser o melhor candidato para manter a “política de contas certas”. Mais tarde, aproximou-se do líder Pedro Nuno Santos, reconhecendo que o secretário-geral socialista “tem dado os sinais claros” de seguir o caminho das contas certas conseguido por António Costa. Medina sempre foi um dos socialistas mais próximos do ex-primeiro-ministro. Foi vice-presidente de Costa no Município de Lisboa e substituiu-o, em 2015, na presidência da autarquia, quando Costa assumiu o cargo de chefe do Governo. Em 2021, perdeu as eleições para o social-democrata Carlos Moedas.
Nas últimas europeias, em 2019, o PS foi o partido mais votado com 33,18% dos votos, elegendo nove mandatos. O PSD foi o segundo partido mais votado (21,94%), tendo só conseguido eleger seis eurodeputados. Pedro Dias Marques, Maria Leitão Marques, Manuel da Silva Pereira, Maria Ferreira Marques, André Bradford, Sara Rodrigues Cerdas, José Carlos Zorrinho, Maria Isabel Santos e Manuel Pizarro foram os socialistas eleitos.