Associação de Municípios defende revisão das carreiras e condições remuneratórias
A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defende a revisão das carreiras, das condições remuneratórias e das regras de recrutamento, face à dificuldade de recrutar e fixar trabalhadores na administração local.
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Para a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, vive-se “um tempo em que deixou de ser atrativo ser funcionário” da administração local, “desde logo pelas carreiras, pela dificuldade de progressão na carreira, pelo facto de terem desaparecido áreas especializadas como a carpintaria, eletricidade, mecânico”.
A questão consta de um documento discutido, esta terça-feira, pela ANMP, em reunião do conselho diretivo, com contributos para a missão da reforma do Estado a entregar ao Governo, “em primeira mão”.
Segundo a presidente da ANMP, há ainda “uma concorrência” da administração central com a administração local, com a primeira a ter “outras condições remuneratórias”. “Estamos a assistir a uma sangria de quadros para a administração central”, sustenta.
Luísa Salgueiro diz que “começa a ser difícil recrutar e fixar dirigentes”, mas também funcionários, porque, por um lado, o mercado “está muito dinâmico” e o setor privado “oferece melhores condições”, e, por outro, “as condições de remuneração e de própria compensação do trabalho também não são atrativas”.
Serviços em rutura
Questionada se o processo de revisão deveria avançar o quanto antes, Luísa Salgueiro afirma estarem “em condições de começar já”, notando que os municípios vivem “grandes dificuldades” para atingir “condições de fixar pessoas com perfil”.
Segundo Luísa Salgueiro, “ficam vagas por preencher” e há serviços que “estão em situação de rutura”. “Os funcionários que existem não são suficientes ou não têm o perfil certo para realizar da melhor forma as competências que temos”, aponta.