Petição inclui licença menstrual e tem mais de 8400 assinaturas <br/>
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A Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose - MulherEndo lançou uma petição que visa implementar uma Estratégia Nacional de Combate à̀Endometriose e Adenomiose - doenças que se caracterizam pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero e que podem provocar dores incapacitantes, infertilidade, afetar o sistema digestivo e urinário.
Uma em cada dez mulheres sofrerá destas patologias. Os sintomas variam, mas "a maior queixa é a dor associada à menstruação", que pode chegar a ser "incapacitante e impede de andar, de ir trabalhar, de fazer o dia a dia", requerendo medicação oral ou venosa, descreve Susana Fonseca, presidente da MulherEndo.
A associação quer que seja criada uma licença menstrual. Pode "não ser propriamente uma baixa, mas ser uma licença que permita gerir horários, estar em teletrabalho se as funções o permitirem" ou outras alternativas para quem trabalha ou estuda, explica.
A estratégia passa também pela atribuição do estatuto de doença crónica, que permite isenção de taxas moderadoras e benefícios fiscais, assim como a comparticipação da medicação.
A MulherEndo defende que seja instituído um dia nacional, para aumentar a sensibilização para uma doença que ainda é "desconhecida e muito desvalorizada, tanto pela sociedade em geral como pela classe médica", diz a dirigente.
Ontem, a petição ia em 8422 assinaturas. A associação aguarda audiências com os partidos para apresentar as propostas antes de enviar a petição ao Parlamento.