
JOSÉ COELHO/LUSA
A 12.ª Marcha pelo Fim da Violência contra as Mulheres sai à rua este sábado, pelas 15 horas, num percurso que vai desde o Largo do Intendente até ao Largo São Domingos, junto ao Rossio, em Lisboa. A manifestação foi organizada por 20 associações feministas.
Em resposta ao aumento do número de mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal, a marcha no centro de Lisboa tem com objetivo “quebrar esta estatística”. Segundo Maria Luísa Salazar, porta-voz do movimento, “há uma necessidade de luta contra a violência machista".
O manifesto divulgado revela que “em Portugal, no primeiro semestre de 2023, de acordo com dados oficiais, foram assassinadas 10 mulheres, 7 das quais vítimas de homicídio voluntário em contexto de violência doméstica”, tendo sido mortas 35 mulheres em 2022. Além disso, lê-se: “o Relatório Anual de Segurança Interna mais recente revela que em 2022 foram registadas 30.488 queixas de violência doméstica, um aumento de 15% face ao ano anterior".
Dejanira Vidal, também porta-voz do protesto, alerta para a realidade das vítimas que denunciam os agressores. “O que acontece é que as vítimas, ao apresentarem queixa, acabam por ser assassinadas". Por essa razão, defende: “precisamos de um reforço dos apoios de emergência tanto no momento, como a médio prazo".
Também no manifesto destacam-se outras exigências, tais como a necessidade de medidas preventivas, uma educação que combata a desigualdade e a violência, além de um compromisso do Estado e da sociedade em acabar com as injustiças sociais.
"Espero que as pessoas venham a esta marcha para gritar bem alto 'basta de violência machista!’ e que o Estado nos ouça e tome medidas eficazes de proteção e prevenção das vítimas", apelou Dejanira.
Após a leitura do manifesto, seguem-se as intervenções do Movimento Contra a Violência Obstétrica e da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina. Nas palavras da porta-voz, as intervenções buscam sensibilizar para a violência obstétrica e destacar a situação na Palestina, onde milhares de mulheres e crianças palestinas têm sido assassinadas.
Maria Luísa Salazar enfatizou, ainda, a importância de “combater a violência contra as mulheres com deficiência, transexuais e de comunidades racializadas”. A marcha vai assinalar também “a importância do acesso à saúde reprodutiva, o direito ao parto sem violência e a quebra de barreiras no acesso à intervenção voluntária da gravidez (IVG)”, realçou.
Hoje assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, estando também prevista uma manifestação no Porto. Terá início às 14.30 horas, na Praça da República, percorrerá a Rua da Boavista, passando pela Rua de Cedofeita e terminará na Praça dos Leões.
