Em declarações divulgadas na quarta-feira, Robin Boardman, co-fundador do movimento de ação ambiental “Extinction Rebellion”, alertou para a gravidade da situação climática no mundo e para a urgência de uma atitude por parte da sociedade.
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Robin Boardman apresentou-se na quarta-feira, no Goethe-Institut, em Lisboa, para uma palestra sobre as alterações climáticas no mundo, “Rumo à Extinção e o que fazer”. O “rebelde”, como se intitula, afirmou que há coisas impossíveis de reverter, mas que é possível evitar vários danos que ainda estão por vir.
“Não podemos reverter isto, mas podemos fazer duas coisas: uma é reduzir as emissões e proteger a biodiversidade (...) e a segunda é adaptarmo-nos aos problemas que temos agora", declarou o ativista.
Boardman considera que ainda "nenhum país" está no caminho certo para o combate às alterações climáticas, dizendo que Portugal não está a reduzir o suficiente nas emissões. “Por exemplo, em Portugal temos o gás em Sines e outras fontes de gás e, por isso, o país não está a reduzir [as emissões] o suficiente. A ciência é clara. Precisamos de reduzir pelo menos metade das emissões [de gases] até 2030”, defendeu o jovem, acrescentando que, ainda assim, Portugal está num melhor caminho que o Reino Unido.
O britânico propôs uma união entre o movimento do Reino Unido e o de Portugal, recordando a aliança de 650 anos entre os dois países. Boardman acredita que esta mudança tem de partir de uma iniciativa da população e não apenas dos políticos que, segundo o ativista, tentam abafar a realidade.
Para o ativista, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa, em agosto, pode ser uma oportunidade para gerar uma sociedade preocupada com as alterações climáticas.
“Eu penso que o Papa [Francisco] diz algumas coisas boas sobre as alterações climáticas e, para mim, é muito importante que todas as religiões se juntem nesta crise”, relatou o co-fundador do “Extinction Rebellion”, que se apresenta novamente no dia 13, no Goethe-Institut, em Lisboa.
O movimento internacional surgiu em 2018, quando um grupo de ativistas se uniram na praça do parlamento, em Londres, e anunciaram uma rebelião (não-violenta) contra o governo do Reino Unido. Apesar de ter sido bastante afetado pela pandemia da covid-19, em termos de iniciativas, Boardman apela às pessoas para que se unam e “tragam o movimento de volta ao panorama internacional”.