Um grupo de ativistas contra a exploração de combustíveis fósseis concentrou-se, nesta terça-feira, à porta das sedes de três empresas do setor energético, em Lisboa, anunciando uma ação de desobediência civil "em massa" no Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Porto de Sines.
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As sedes das empresas Redes Energéticas Nacionais (REN), Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Energias de Portugal (EDP) foram alvo de ações diretas de um grupo de ativistas da plataforma "Parar o Gás", que as assinalaram como se se tratassem de "locais de crime", responsabilizando-as pela crise do custo de vida e a crise climática.
Chegados, esta tarde, à porta das empresas, os ativistas estabeleceram perímetros de segurança com fitas, alegando estar a recolher "provas de crime", referindo-se aos "atos programados" das empresas que denunciaram ser responsáveis pelo "caos climático" e o agravamento da crise social com a subida dos preços. Os manifestantes acusam-nas de lucrar com as falhas ambientais, explicam num comunicado enviado às redações.
No final das ações, os ativistas anunciaram que vão bloquear o Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Porto de Sines durante a próxima primavera. O protesto coletivo de desobediência civil tem como objetivo "parar o funcionamento da principal porta de entrada de gás no país", explicou o movimento.
A plataforma alertou que em 2022, "bateram-se vários recordes de fenómenos climáticos extremos, temperatura, secas e cheias, bem como o de emissões de gases com efeito de estufa". "Também foi um ano em que se bateram recordes de lucros privados e em que o custo de vida disparou, sufocando ainda mais as pessoas. Estes eventos não aconteceram simplesmente, mas foram fabricados. Não são acontecimentos, mas sim crimes, e os responsáveis pelos mesmos estão conscientes do impacto dos seus atos", advertiu.
Numa última ação, em outubro, os ativistas da plataforma, em conjunto com o Climáximo, bloquearam durante a manhã a entrada da sede da Galp, em Lisboa, sendo que vários colaram as mãos nas portas da empresa. Três desses ativistas acabaram detidos.