A atleta Vânia Franco, de Viana do Castelo, está desde segunda-feira em "quarentena voluntária", isolada em casa, após ter participado numa competição em Itália.
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A atleta de 41 anos, capitã da equipa do F. C. Porto de bilhar, voou por Veneza para participar na primeira etapa do EuroTour feminino de Pool, que decorreu na localidade italiana de Treviso. Conquistou o 3.º lugar na prova, mas face ao "alarme" que sentiu durante a estadia, decidiu, no regresso a Portugal, usar máscara e manter-se isolada num quarto da casa onde reside com o filho de 10 anos, os pais e um irmão.
Ao Jornal de Notícias, a atleta, que é funcionária administrativa na Câmara Municipal de Viana do Castelo, declarou: "Não tenho nenhum dos sintomas até agora, mas tenho uma família enorme, um filho com 10 anos, trabalho com muita gente durante o dia, e pensei: se tiver alguma coisa vou estar a sujeitar toda a gente a estar exposta a isto. Mais vale pensar em todos e fazer o sacrifício", disse, referindo que quando partiu de Portugal na passada sexta-feira não tinha noção do que a esperava.
"Fui tranquila para Itália jogar, sem saber das proporções que isto estava a ter lá. Voei para Veneza e quando cheguei lá mediram-me a temperatura e todos os jogadores e jogadoras que já lá estavam falam nisso (coronavírus). Toda a gente falava do mesmo. No hotel, jogadores, organização, fiquei assustada", relata, continuando: "No domingo, as coisas começaram a tomar proporções maiores. No hotel todas as reservas estavam a ser canceladas e mesmo os da organização estavam assustados e queriam ir embora o mais rápido possível".
"Não tenho nenhum dos sintomas até agora, mas tenho uma família enorme"
A portuguesa, que venceu quatro de seis encontros da prova em Treviso, conquistando o Bronze, conta ainda que optou por manter o voo por Veneza, com escala em Zurique, para regressar, mas muniu-se de uma máscara cedida por um colega atleta. "Vim embora e quando cheguei cá, ao aeroporto do Porto, às 17 horas, liguei à enfermeira da Câmara Municipal de Viana, que me aconselhou a ligar para a Saúde 24 e eles aconselharam-me a ter muitos cuidados e durante os próximos 14 dias, ficar atenta aos sintomas (febre, tosse, falta de ar e cansaço rápido)", afirma, acrescentando que "não foi sujeita a qualquer controle" durante a viagem de regresso. E que se deslocou sozinha de autocarro "sem tirar a máscara" do Porto para Viana do Castelo.
"Estou fechada em casa no quarto. Uso luvas e desinfetante das mãos. Passo o tempo em arrumações, a ler e a ver séries", afirma, comentando que o que mais lhe custa, na situação, é a distância que tem de manter do filho. "Não dou beijos ao meu filho. Ele vem à porta de máscara e diz-me olá. Já lhe disse: quando chegar ao dia 8 (de março, data do fim da quarentena) vou-te comer de beijos", diz Vânia Franco.
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