Autarca do Barreiro indignado com perspetiva de fecho de urgências obstétricas
O Governo tem em mãos uma proposta de concentração das urgências obstétricas de Almada e Barreiro numa só, em Almada, encerrando assim definitivamente o serviço no Hospital do Barreiro.
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Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, diz-se indignado com esta perspetiva e afirma que não se pode pensar na alocação de médicos como uma fórmula simples de matemática. “Sei que há médicos que não vão aceitar transferências”, afirma.
A proposta avançada pelo semanário "Expresso", aponta para a criação do Centro Materno-Infantil da Península de Setúbal, uma unidade em Almada para concentrar todos os serviços de obstetrícia e ginecologia da Margem Sul, exceção feita a Setúbal. A proposta foi apresentada à ministra da Saúde, a quem cabe a decisão.
Frederico Rosa não mostrou surpresa pela iniciativa. “No verão, durante os encerramentos das urgências por férias dos médicos, já falava que dali por um ano se iria voltar a falar do mesmo assunto, só não esperava que fosse tão rápido”. O autarca aponta para “problemas de fundo que não são resolvidos pela administração central para fixar os médicos. Essa é a única solução para evitar fechos alternados ou definitivos”.
No Barreiro, estão a ser preparados concursos para construção de habitação acessível, os quais vão ter uma quota para residentes que sejam profissionais de saúde, polícias ou professores. “Uma grande fatia dos ordenados vai para a habitação e a Câmara Municipal está a fazer o que pode para a aliviar, guardando parte da habitação acessível para médicos que queiram trabalhar no concelho, mas o Governo tem que fazer a parte dele e resolver o problema de fundo que é a saída de profissionais do Serviço Nacional de Saúde devido a carreiras pouco atrativas”.
De acordo com a notícia avançada pelo "Expresso", a proposta foi apresentada à ministra da Saúde pelo presidente da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, Caldas Afonso, com base no plano que já estava a ser traçado pelo primeiro diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo.