
Adelino Meireles / Global Imagen
O Ministério do Ambiente garante que ainda não decidiu e afirmou, na segunda-feira, ao JN, que vai anunciar até 18 de abril se a construção da barragem de Fridão, no rio Tâmega, vai avançar.
A infraestrutura está incluída no Plano Nacional de Barragens desde 2007, mas a sua implantação ficou suspensa pelo Governo em 2016. Um impasse que prejudica o desenvolvimento dos territórios de Mondim de Basto, Celorico de Basto e Amarante e que os autarcas querem ver resolvido o mais rápido possível.
Em Amarante, a oposição à construção da barragem é total. "Tudo o que de mau pode acontecer será em Amarante", disse o autarca José Luís Gaspar, preocupado com a distância de oito quilómetros a Fridão que colocam a cidade na zona de autossalvamento.
Ao JN, o edil explicou que há dois fatores que pesam no combate que tem feito pelo não: "É um perigo para a cidade, com um peso psicológico muito grande, e haverá uma faixa de quatro quilómetros entre barragens que poderá tornar-se num depósito de lixo". É que, no projeto que está em avaliação, existe um grande paredão em Fridão e, quatro quilómetros a jusante, uma barragem mais pequena para controlo de caudais.
José Luís Gaspar defende a ideia de que se o Governo decidir pela construção da barragem deverá realizar um novo estudo de impacto ambiental "com novos fatores, incluindo a influência das outras barragens do Tâmega".
Famílias desalojadas
O Município cuja área será mais afetada caso a construção avance é Mondim de Basto. Cerca de 40 famílias serão desalojadas e a albufeira ficará muito perto do perímetro urbano da vila.
"A albufeira vai ficar a cerca de 100 metros da área urbana e o município não pediu a barragem", assume Humberto Cerqueira. O autarca admite que a possibilidade da sua construção criou um impulso decisivo para o avanço da variante a Celorico de Basto mas, agora que a obra está em marcha, "o interesse deixou de existir". Humberto Cerqueira lamenta que após 12 anos não haja uma decisão "e isso tem implicações ao nível dos milhares de hectares de áreas que estão em suspenso no PDM e famílias que há vários anos estão sem saber o que fazer da vida".
O autarca celoricense avisa, contudo, que se não houver barragem, irá para tribunal para que o Estado possa ressarcir o Município pelas perdas que teve em todo este período. Joaquim Mota e Silva, líder do Município de Celorico de Basto, espera uma decisão para que "a indefinição deixe de hipotecar o desenvolvimento da região", mostrando "grande abertura" para a construção da barragem.
No domingo, o comentador da SIC Marques Mendes garantiu que a barragem não vai ser construída.
