Subsídios por doença, isolamento ou apoio a filho somam 89,5 milhões. Apoios da Segurança Social já chegaram a mais de um milhão de pessoas.
Corpo do artigo
Janeiro que findou deixa um rasto nunca visto de novas infeções por SARS-CoV-2, impulsionado pela nova variante ómicron. Com aquele mês a responder por quase metade do total de casos desde que a pandemia nos entrou portas dentro, já há quase dois anos. Com impactos diretos e sem precedentes na Segurança Social. Os pagamentos de baixas por doença covid ou isolamento profilático (do próprio ou de filho menor) atingiram, naquele mês, os 89,5 milhões de euros, num total de 389 mil subsídios.
De acordo com dados facultados ao JN pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social, em janeiro o número de baixas por doença covid e por isolamento profilático praticamente quadruplicou face a período homólogo de 2021, para 187 mil e 169 mil subsídios, respetivamente. Sendo que janeiro de 2021, com aumento significativo de casos, ficará para a história com uma mortalidade sem paralelo.
Assim, no passado mês, a Segurança Social pagou um total de 44,3 milhões de euros em baixas por doença covid e 37,4 milhões por isolamento. A que se juntam 33 mil subsídios, no valor de 7,8 milhões de euros, para assistência a filho ou a neto colocado em isolamento profilático pelas autoridades de saúde. Só naquele mês, recorde-se, contabilizaram-se 170 mil infeções em crianças até aos nove anos.
Janeiro deste ano contabilizou, ainda, mais baixas por doença covid do que em todo o primeiro ano de pandemia. Mas, mesmo assim, correspondem a apenas 15% do número total de novos infetados naquele mês. Enquanto em 2020 contaram-se 145 mil baixas por doença, num valor de 48 milhões de euros. Superior ao pago no passado mês, devido à alteração das regras pela Direção-Geral da Saúde no início do ano. Concretamente, a redução do período de baixa de assintomáticos e doença ligeira de dez para sete dias. Redução semelhante para os isolamentos, que passaram a ser decretados apenas para coabitantes e residentes ou trabalhadores em lares em contacto com caso confirmado.
Mais de um milhão de pessoas
Se se fizer as contas ao início da pandemia, estes subsídios custaram mais de 446 milhões de euros à Segurança Social, tendo chegado a mais de um milhão de pessoas. No primeiro ano de pandemia, a despesa com baixas e isolamentos chegou aos 125 milhões; e, no ano passado, aos 232 milhões.
No primeiro ano de pandemia, a baixa por doença covid chegou a 145 mil pessoas e, no ano seguinte, a 266 mil pessoas. Já quanto aos subsídios por isolamentos, os dois anos somam 621 mil pessoas abrangidas por aquele apoio.
Boletim
Novos casos a cair, mas mortes estão acima de 50
O mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que, nas últimas 24 horas, foram reportados 34 023 casos de infeção por SARS-CoV-2, número muito inferior ao da passada quarta-feira, altura em que foram notificados 54 693 casos (mais 20 670). À semelhança das últimas semanas, a Região Norte foi a que contabilizou mais casos (11 888), seguindo-se a de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), com 9918, o Centro com 6821, o Algarve com 1951, o Alentejo com 1713, os Açores com 1142 e a Madeira com 590. O número de mortes voltou a superar a barreira das 50: 52 pessoas perderam a batalha contra a doença.
Desde o início da pandemia, morreram 20 354 pessoas, quase três milhões contraíram a doença (2 997 770) e 2 370 709 recuperaram. Após quatro dias em queda, os casos ativos voltaram a subir para 606 707, mais 6710 face ao balanço anterior. Em termos de internamentos, havia 2435 pessoas internadas com a infeção, mais 16 em relação ao boletim anterior. Em Unidades de Cuidados Intensivos havia 163 pessoas, menos oito face à véspera. Em dia de atualização da matriz de risco, a incidência nacional de novos casos por cem mil habitantes nos últimos 14 dias desceu para 6562,1 (era de 6901,0). A taxa de transmissibilidade, o chamado R(t) também desceu para 0,92 (era de 0,97).M.A.
Outros dados
Cruzeiros sem teste
Os passageiros dos navios de cruzeiros já podem desembarcar em Portugal Continental sem teste à covid-19, se estiverem vacinados ou recuperados da doença e forem portadores de certificado digital, de acordo com um despacho publicado ontem. Aplicam-se as mesmas regras do transporte aéreo que entraram vigor na segunda-feira.
Surto em hospital
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve tem 100 profissionais de saúde infetados com covid-19, o que está a criar dificuldades na elaboração das escalas de serviço, sobretudo na urgência pediátrica, disse à Lusa o diretor clínico Horácio Guerreiro.