Balanço da campanha: Jogo sem goleadas será decidido por quem desempata
Chega deverá "juntar-se à festa" se AD vencer sem maioria absoluta, mesmo sem acordo governativo. Livre é visto como possível surpresa da noite e como novo parceiro do PS numa próxima geringonça.
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Na aritmética do voto, seja ele ideológico, útil, estratégico ou de protesto, os politólogos parecem ter uma certeza: preveem que o Chega irá inevitavelmente “juntar-se à festa” se a Aliança Democrática (AD) não tiver a maioria necessária apenas com os liberais, mesmo sem um acordo formal, guardando a moção de rejeição para um eventual Governo do PS. Se a maioria relativa for socialista, para além da esperada réplica da geringonça, o Livre é apontado como parceiro provável e como surpresa da noite. Na alternância entre os dois maiores partidos, os indecisos podem ditar o resultado num jogo sem goleadas, com destaque para as mulheres - após a polémica em torno do aborto - e para os desiludidos que em 2022 deram a maioria absoluta a António Costa.
As caravanas do PS, AD e IL passaram ontem pelas ruas da Baixa do Porto e os partidos dão hoje o tudo por tudo no terreno. Porém, o politólogo José Adelino Maltez espera “mais do mesmo”, num “jogo em que não vai haver goleadas”. Quando ora PS, ora PSD comandam a política portuguesa, a única novidade que aponta é “o crescimento do Chega”. A propósito, citou as sondagens segundo as quais “o PS corre o risco de ter metade dos votos de outras eleições e o Chega consegue o dobro”.