Um balão de alta altitude, criado por um consórcio de diferentes instituições de investigação, vai permitir detetar e monitorizar incêndios florestais. O projeto “Eye in The Sky” (“Olho no Céu”, em português) foi apresentado na sexta-feira, na Lousã.
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O objetivo do balão, que terá acoplado uma carga e um drone, é ser um instrumento que ajuda a tomar decisões no combate aos fogos.
“Este é um projeto principalmente para monitorização, para quando já existe um fogo e precisamos de saber a direção e abrangência. Conseguimos ter um satélite a pedido, que está a grande altitude, acima dos meios de combate, mas muito mais próximo do que um satélite normal”, disse a investigadora Alexandra Moutinho, que pertence ao Instituto de Engenharia Mecânica (idMEC) do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.
A par do idMEC, o projeto “Eye in The Sky” é feito em parceria com o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra e do Instituto de Telecomunicações. O balão de alta altitude, também denominado por balão meteorológico, vai transportar um drone e uma carga, com câmaras para captar imagens visíveis e térmicas.
Os equipamentos vão sobrevoar a zona que se pretende analisar e podem ultrapassar os 800 metros de altitude - a altura a que os meios aéreos de combate a incêndios circulam - no espaço de três minutos.
Repetidores para SIRESP
Na altura e no momento pretendido, é possível cortar a ligação do balão à carga e ao drone acoplado, que trará o equipamento para o local pretendido. O sistema poderá captar imagens e transmitir durante várias horas (quer na subida, quer na descida), o que poderá ajudar o comando de um teatro de operações a ter uma melhor noção da evolução do fogo, a dimensão e para onde se dirige, explicou aos jornalistas, na apresentação do projeto, Alexandra Moutinho.
A carga útil do balão, passível de ser adaptada, pode levar repetidores de sinal de comunicações do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), a rede de emergência e segurança do Estado. O objetivo é eliminar “zonas sombra”, onde não há cobertura de rede.
Segundo a investigadora, a equipa do consórcio está a trabalhar com a Agência Nacional de Aviação Civil, para desenvolver a regulação que permitirá usar o balão de alta altitude juntamente com o drone.