Durão Barroso foi à campanha da Aliança Democrática (AD) lembrar que era o presidente da Comissão Europeia quando José Sócrates pedi ajuda externa, porque o país não tinha "mais do que 300 milhões de euros para funcionar". "Quem pôs o PS na bancarrota foi o PS", acusou o antigo líder do PSD.
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O antigo primeiro-ministro e presidente da Comissão Europeia entrou na campanha da Aliança Democrática (AD), tentando "limpar" a imagem de austeridade do Governo de Passos Coelho por causa da "famosa questão da troika". "Quem pôs Portugal na bancarrota foi o Governo PS", garantiu Durão Barroso, ajudando ainda Luís Montenegro com as polémicas declarações do candidato de Santarém sobre as alterações climáticas.
O também ex-líder do PSD lembrou que era o presidente da Comissão Europeia, quando o então primeiro-ministro, o socialista José Sócrates, pediu ajuda, porque "na tesouraria do país não existia mais do que 300 milhões de euros para o país funcionar". "Portugal estava numa situação de insolvência, de uma forma mais popular, de bancarrota. É preciso recordar", disse, num comício, esta sexta-feira, em Santa Maria da Feira.
Barroso admitiu que "foram momentos extremamente difíceis". "Mas temos que pôr as coisas no seu devido contexto", apontou, lembrando que, apesar de estarem previstos mais do que um programa de ajustamento, o Governo PSD/CDS "conseguiu sair ao fim de três anos": "Não temos que pedir desculpa por esse período, temos que ter orgulho por aquilo que fizemos com sentido patriótico para salvar Portugal".
Se nunca se referir ao caso em concreto, Barroso acabou por dar também uma mãozinha a Montenegro por causa das polémicas declarações do candidato de Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, a propósito das alterações climáticas.
Lembra tentativa de aumentar o IUC
De tarde, na terra de Pedro Nuno Santos (São João da Madeira), o líder do PSD já tinha garantido que Oliveira e Sousa só tinha tentado fazer um "alerta", quando falou de possíveis milícias de agricultores por causa de furtos de cobre. Luís Montenegro assegurou ainda que está "absolutamente focada" no combate às alterações climáticas. "Como primeiro-ministro serei intransigente na defesa do ambiente, na defesa de um programa de combate às alterações climáticas", assegurou, aproveitando para desejar ao rival socialista "a melhor campanha".
"Há, de facto, um problema de alterações climáticas, mas temos que o fazer com responsabilidade e com sentido social", concordou Barroso, atirando a Pedro Nuno Santos por causa da tentativa de aumentar o IUC: "Não se pode fazer aumentando o imposto das pessoas com carros mais antigos".
O antigo primeiro-ministro pediu ainda para se "evitar a demagogia". "Não pode ser um menino ou uma menina da cidade, que nunca viu uma vaca na natureza, que vai dizer aos agricultores como devem lidar com a natureza".
"Todas as políticas necessitam de ter equilíbrio, moderação. Temos que evitar as posições extremistas, sejam de extrema-esquerda, sejam de extrema-direta", pediu Barroso.