Bastonário dos Médicos defende uso de máscaras de proteção na cerimónia do 25 de Abril
O bastonário da Ordem dos Médicos disse hoje esperar que o número de pessoas na cerimónia do 25 de Abril na Assembleia da República seja "restringido ao máximo" e defendeu que os participantes devem usar máscara de proteção.
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Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães referiu que, a propósito das celebrações naquele espaço fechado, tem defendido que a cerimónia "não deveria ter mais de 40 pessoas" e todos com máscaras de proteção, com exceção de quem tem de discursar, devido à pandemia de covid-19.
No entender do bastonário, se a cerimónia for celebrada com uma presença excessiva de deputados, convidados e funcionários do parlamento isso significa, na prática, estar "a dizer ao país que a pandemia acabou", quando "não acabou".
"O 25 de Abril é uma data muito importante para todos os portugueses, mas tem de ser uma cerimónia muito reduzida em que as pessoas cumpram as regras e usem as máscaras (de proteção)", insistiu Miguel Guimarães, observando que o uso das máscaras é essencial no parlamento, porque é nos espaços fechados que a infeção mais facilmente se propaga. Assim, na sua opinião, o distanciamento na Assembleia da República "não chega".
Nas palavras do bastonário, "aquilo que os políticos irão fazer amanhã (sábado, na cerimónia do 25 de Abril) é uma mensagem forte que ficará para as pessoas e para aquilo que elas podem fazer".
Por isso, disse esperar que no parlamento sejam cumpridas "todas as regras" que têm vigorado para a sociedade e que os intervenientes e presentes nas celebrações sejam "exemplares nesse cumprimento".
Caso contrário, alertou Miguel Guimarães, a mensagem que estão a transmitir à sociedade é a de que a pandemia acabou, quando na realidade "ainda não acabou".
Na quinta-feira, a diretora-geral da Saúde disse que as pessoas que estarão nas celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República podem não usar máscaras de proteção porque o "edifício é grande" e pode ser cumprido o distanciamento social.
"É um edifício grande, tem uma área e uma cubicagem grande, tem uma parte de baixo e galerias e estarão garantidas todas as condições para que as pessoas estejam em distanciamento social. Existem circuitos de entrada e de saída. As pessoas não se cruzam necessariamente", afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia de covid-19.