BE acusa Chega de "assalto institucional" na divulgação do relatório sobre o caso das gémeas
A deputada do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua criticou, esta sexta-feira, a forma como o Chega apresentou o relatório preliminar da comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com Zolgensma. O documento, disse aos jornalistas, é "desconhecido pelos membros da comissão de inquérito".
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"Acabei de redigir um protesto do grupo parlamentar do BE em relação à forma como André Ventura e a deputada Cristina Rodrigues se aproveitaram dos trabalhos desta comissão e de um relatório que não lhes pertence, mas pertence à discussão do contraditório no âmbito da comissão, para fazer uma conferência de imprensa partidarizada e que não reflete as conclusões da comissão de inquérito", afirmou Joana Mortágua, na Assembleia da República, aos jornalistas.
O presidente do Chega, André Ventura, e a deputada do Chega Cristina Rodrigues apresentaram, esta sexta-feira, as conclusões preliminares do relatório da comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com Zolgensma. No documento redigido por Cristina Rodrigues, lê-se que terá havido "interferência política" e um "eventual abuso de poder" de Marcelo Rebelo de Sousa.
De recordar que duas crianças diagnosticadas com atrofia muscular espinhal tiveram acesso ao Zolgensma, considerado o medicamento mais caro do Mundo. A comissão de inquérito tomou posse em maio do ano passado para averiguar a legalidade e a conduta dos responsáveis políticos alegadamente envolvidos, por via do filho do presidente da República, no acesso das gémeas ao tratamento milionário.
Joana Mortágua defende que o Chega fez "um assalto institucional" na forma como divulgou o relatório preliminar da comissão de inquérito. "É uma partidarização e uma instrumentalização de uma comissão de inquérito para efeitos eleitorais", apontou.