O Bloco de Esquerda anunciou que quer ouvir na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos o inspetor-geral de Finanças, pretendendo saber informações sobre relatórios da entidade alegadamente guardados pelo antigo governo durante seis meses.
Corpo do artigo
"A notícia de hoje revela uma profunda irresponsabilidade do anterior governo e a comprovar-se todos os contornos uma enorme displicência na forma como lidou com a CGD", advogou o deputado bloquista Moisés Ferreira, presença do partido na comissão de inquérito à Caixa.
Em causa está a notícia desta segunda-feira do jornal "Público" de que o executivo PSD/CDS-PP só "despachou relatórios" sobre a entidade a 15 dias das eleições legislativas de 2015 - pareceres da Inspeção-Geral das Finanças que mostravam um aumento das imparidades estiveram, segundo o jornal, guardados durante esse período.
"Se havia informações e alertas que deveriam ter causado preocupação e se o [anterior] governo nada fez sobre isso, isso pode ter prejudicado a Caixa", prosseguiu Moisés Ferreira, em declarações à agência Lusa.
Ora, o Bloco pretende agora ouvir na comissão de inquérito o inspetor-geral de Finanças, Vítor Braz, prometendo apresentar ainda esta segunda-feira no parlamento o requerimento em causa.
Moisés Ferreira justificou: "O anterior governo parece ter colocado esses pareceres [da IGF] na gaveta. O que é que aconteceu? A culpa está na IGF [Inspeção-Geral de Finanças] ou no Governo?"
O Bloco quer também saber se o executivo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho "solicitou ou não à IGF alguma auditoria tendo em conta a informação que lhe era transmitida" sobre as contas da Caixa.