O Bloco de Esquerda defende que produtos de recolha menstrual, como pensos higiénicos e tampões, sejam distribuídos gratuitamente em centros de saúde e escolas. Esta sexta-feira assinala-se o Dia Internacional da Saúde da Mulher.
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O Orçamento do Estado para 2020 já previa a promoção pelo Governo "de medidas de reforço do acesso a bens de higiene pessoal feminina, bem como de divulgação e esclarecimento sobre tipologias, indicações, contraindicações e condições de utilização. A concretização desta norma não aconteceu mas a necessidade de medidas nesta área não desapareceu", lê-se no projeto de resolução entregue pelo BE no Parlamento.
Não é a primeira vez, aliás, que o BE apresenta a iniciativa. No ano passado, o projeto foi chumbado e depois de a medida ser aprovada em países como a Escócia, Nova Zelândia, Canadá ou Inglaterra, o Bloco decidiu voltar a insistir. Nesses países o custo dos produtos dificulta o acesso e aumenta o número de faltas às aulas ou trabalho, agravando a exclusão das mulheres. Por isso, os bloquistas também recomendam ao Governo que elabore um estudo nacional, em escolas, universidades e locais de trabalho "com o objetivo de entender os impactos causados pelos preços praticados nos produtos de saúde menstrual".
E que promova ações de esclarecimento sobre o ciclo menstrual, a utilização e variedade de produtos de recolha menstrual, até por ainda ser um tema "tabu" que depois cria consequências psicológicas, sociais e de saúde especialmente entre mulheres mais vulneráveis.