O líder parlamentar do BE declarou que os dados sobre o défice do primeiro semestre revelados pelo Instituto Nacional de Estatística desmentem "a narrativa" do "empobrecimento" dos "partidos da direita".
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Pedro Filipe Soares sublinhou também que "o défice não é um fim em si mesmo" e, "utilizando uma frase já batida, há vida para lá do défice", pois "as contas públicas devem estar para responder à vida das pessoas", em declarações aos jornalistas no parlamento.
"A narrativa que tinha sido criada pelos partidos da direita (PSD/CDS) de que era pelo empobrecimento do país que conseguiríamos equilibrar as contas públicas fica desmentida quando, após termos reposto os salários da função pública, descongelado pensões e aumentado apoios sociais, conseguimos ter uma execução orçamental melhor do que a de 2015",
O défice das administrações públicas foi de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 4,6% registados no período homólogo, segundo o INE.
"Comprova o que nós dizíamos - uma boa execução orçamental e contas públicas capazes de estar à margem de crítica são também capazes de repor rendimentos das pessoas, descongelar pensões e acabar com os cortes de salários", acrescentou o deputado do BE.
Apesar da redução homóloga verificada, o valor do défice até junho, de 2,8% do PIB, está acima da meta do Governo para este ano, que é 2,2%, e está também ligeiramente acima da estimativa apresentada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), cujo valor central era de 2,7% de défice na primeira metade do ano.
PCP desvaloriza défice como "critério absoluto"
O deputado do PCP Paulo Sá desvalorizou os dados do défice, reiterando que as decisões políticas não devem submeter-se àquele "critério absoluto".
"O PCP entende que não pode ser o défice orçamental o critério absoluto de decisão política. O que é prioritário e relevante para o país é a procura de respostas para os problemas económicos e sociais do país, encontrar soluções para os portugueses e o prosseguimento da política de reposição de direitos e rendimentos", afirmou, em declarações aos jornalistas no parlamento.