O Bloco de Esquerda pediu, esta terça-feira, explicações ao ministro da Saúde sobre o processo que levou à nomeação da nova diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, considerando-o muito “opaco” e "estranho". O Bloco quer saber as razões para não ter sido reconhecido mérito à maior parte das candidaturas apresentadas.
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Numa pergunta que será entregue no Parlamento e dirigida ao ministério da Saúde, o grupo parlamentar do BE realça que o “processo em que está envolta a nomeação da diretora-geral da Saúde tem muito de opaco” e por isso exige “explicações e transparência”.
O Bloco questiona como é que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) não reconheceu mérito aos candidatos, onde constavam um anterior e um atual subdiretor geral da saúde.
“Se assim é, das duas uma, ou coloca-se um problema sobre os subdiretores da DGS ou coloca-se um problema sobre as avaliações da Cresap. O que é certo é que toda esta situação parece ter dado jeito ao Governo que assim pôde nomear quem quis, meses depois de o processo de substituição ter começado”, acusa.
Tal como o JN avançou, a nomeação da nova diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, está a gerar grande polémica e acusações de falta de transparência por parte dos médicos de saúde pública. Com o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a exigir conhecer as justificações técnicas que levaram à exclusão de candidatos com currículos de peso. O PSD também já pediu explicações ao Governo.
Recorde-se que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) informou na semana passada que o concurso tinha terminado sem que fossem encontrados três nomes “com mérito” para propor ao Governo. Assim, a escolha ficou a cargo de Manuel Pizarro que nomeou Rita Sá Machado, tendo anteriormente enviado o seu currículo para avaliação e parecer não vinculativo da CReSAP.
O Bloco quer agora saber quantas pessoas apresentaram candidatura no último concurso; conhecer a avaliação feita pela CReSAP que não reconheceu mérito à maioria das candidaturas; e conhecer a avaliação feita à diretora-geral da saúde nomeada que toma posse esta semana.
O JN sabe que também se candidataram o atual subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos, que está há meses a substituir Graça Freitas, e o ex-subdiretor-geral da Saúde Rui Portugal. Todos preenchem os requisitos do concurso.