O BE vai apresentar uma proposta no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano para tentar travar o aumento do valor das propinas, que considerou tratar-se de um "ajuste de contas".
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"O Bloco de Esquerda vai travar e quer travar esta mudança de modelo de financiamento do ensino superior e, por isso, no Orçamento de Estado nós vamos apresentar uma proposta para travar o aumento de propinas", afirmou a ex-deputada Joana Mortágua.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, a dirigente do BE pediu a todos os partidos que acompanhem esta proposta.
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"Desafiamos todos os partidos, todos os grupos parlamentares, todos os deputados para votarem a favor desta proposta e para, mais uma vez, travarmos o aumento das propinas em Portugal e a alteração do modelo de financiamento do ensino superior que vai tornar o ensino superior mais elitista e que vai torná-lo, sobretudo, mais pesado para as famílias que têm que pagar o custo de vida elevado, que têm que pagar o alojamento estudantil e para quem ter um aluno da faculdade já pesa tanto no orçamento familiar", referiu.
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Joana Mortágua considerou que atualmente os estudantes se deparam com um "contexto de dificuldade de entrada no ensino superior" e acusou o Governo de "contrariar um caminho que estava a ser feito de diminuição das propinas, que a esquerda tinha imposto ao Partido Socialista e que tinha como objetivo chegar à propina zero".
A dirigente bloquista acusou também o Governo de querer fazer "um ajuste de contas contra os estudantes, um ajuste de contas contra a ideia do ensino superior democrático, universal e para todos, um ajuste de contas contra a esquerda que estava a impor ao PS a diminuição do preço das propinas".
"A segunda razão para o aumento das propinas é uma alteração do modelo de financiamento do ensino superior, e é contra ela que os estudantes já prometeram que vão sair à rua e terão o apoio do Bloco de Esquerda", indicou.
O Governo vai descongelar, a partir do ano letivo 2026/2027, o valor das propinas das licenciaturas, que não sofre alterações desde 2020 e passará de 697 para 710 euros, anunciou na terça-feira o ministro da Educação, Fernando Alexandre.