Os bispos portugueses acreditam que Lúcia de Jesus, uma das crianças que diz ter visto Nossa Senhora em Fátima, pode ter lugar nos altares ainda este ano.
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D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, esteve, esta semana, no dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano, e acredita que o processo de beatificação está “para breve”. "A beatificação da Irmã Lúcia pode estar para breve”, afirmou. Portugal tem a correr 32 processos de canonização na Santa Sé: o da Irmã Lúcia, o do Padre Cruz e o da beata Joana Princesa são os que estão mais próximos de ser concluídos.
Nos últimos dias, estiveram em Roma 20 bispos diocesanos, cinco bispos auxiliares, o bispo eleito de Beja e dois bispos eméritos. A hierarquia da Igreja Católica em Portugal esteve reunida com todos os dicastérios (uma espécie de ministérios) da Santa Sé e com o Papa Francisco a propósito da visita “ad Limina Apostolorum”. Este encontro, que deve ser realizado de cinco em cinco anos, serve para que os bispos prestem contas a Roma e ao Papa da vida nas das dioceses a que pertencem.
De acordo com o Código de Direito Canónico, “o Bispo Diocesano tem obrigação de apresentar ao Sumo Pontífice, a cada cinco anos, um relatório sobre a situação da diocese que lhe está confiada” e foi isso que os responsáveis pela hierarquia da Igreja fizeram.
Além do ponto da situação das beatificações, foram avaliadas questões como as indemnizações a pagar às vítimas de abusos na Igreja, a Concordata e a Jornada Mundial da Juventude. Coube a D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo da diocese de Leiria-Fátima, apresentar ao Papa o ponto da situação da Igreja em Portugal. Sobre os abusos, o bispo afirmou que Francisco “está a seguir” a situação. “Agradeci o contributo que ele e a Santa Sé têm dado para o caminho que estamos a fazer e ele disse, simplesmente, para continuar na mesma linha”, afirmou D. José Ornelas.