Bento XVI não declarou "venerável" apenas Pio XII, mas também João Paulo II.
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A decisão foi menos polémica do que a de Pio XII. Mesmo assim, o arcebispo de Bruxelas, cardeal Gofried Danneels, defende que a beatificação de João Paulo II deveria respeitar "o procedimento normal", sem gozar de um "tratamento preferencial". Para justificar a sua opinião, afirmou que é bom que o processo de santidade avance, mas sem quaisquer "preferências", pois o Papa João Paulo II é um baptizado como qualquer outro e deve esperar pelo período normal para o processo da sua beatificação. O cardeal de Bruxelas diz que não gostou do pedido de "santo já" que foi feito, em cartazes, no funeral de João Paulo II, em Roma. Pareceu-lhe uma iniciativa organizada, o que seria inaceitável: "Criar uma beatificação por aclamação, não espontânea, é inaceitável". A essa crítica do cardeal Danneels, respondeu prontamente o cardeal arcebispo de Cracóvia (Polónia), Stanislao Dziwicsz, que foi secretário pessoal do Papa Karol Wojtyla: "Evidentemente, fala de coisas que não sabe e de um processo que não conhece". Para lá dos "mimos" entre cardeais, João Paulo II não tardará a ser venerado nos altares, talvez antes de Pio XII. Merecem ser santos, na exemplaridade das suas vidas, por muito que Pio XII levante polémica, até se provar se defendeu ou não judeus perseguidos.