
Setor empresas respondeu por 60% do total da despesa em investigação e desenvolvimento
Leonel de Castro/Global Imagens
Despesa do grupo farmacêutico em investigação e desenvolvimento rondou os 82 milhões. Investimento total das empresas atingiu 1% do PIB.
Pela primeira vez desde que foi lançada, a lista de empresas que mais despesas alocam a atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) é liderada por um grupo da indústria farmacêutica - a Bial. Em 2021, a empresa investiu 81,7 milhões de euros em I&D, passando assim de terceiro para primeiro lugar, numa tabela que era liderada pela NOS SGPS. No total, o setor empresas totalizou uma despesa de 2154 milhões de euros, o correspondente a 1% do PIB e a 60% do total nacional da despesa em I&D.
De acordo com os resultados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), analisado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, no referido ano as empresas inquiridas (52% de Serviços) tinham 34663 pessoas afetas a I&D, das quais 72% eram investigadores e 5% doutorados.
A maioria da despesa (52%) foi com pessoal, sendo que 88% da despesa em I&D veio dos fundos das empresas e 8% do Estado. Por domínio de investigação, no TOP 100 de empresas que mais investiram verifica-se que 70% da despesa em I&D foi nos domínios das Ciências Médicas e da Saúde e das Ciências Sociais. Por região, a Área Metropolitana de Lisboa responde por 41% e o Norte por 37%.
Em 2021, a lista de empresas com despesa em investigação e desenvolvimento superior a um milhão de euros era, então, liderada pelo Grupo Bial, seguindo-se o Grupo Altice Portugal (71,1 milhões), a NOS SGPS (67,7 milhões), as Empresas Sonae (60,6 milhões) e o Grupo EDP (46,2 milhões).
Incentivar as empresas
Ao JN, António Portela, CEO da Bial, frisa que a posição agora alcançada "espelha a decisão" tomada "há mais de 30 anos na aposta na I&D de medicamentos inovadores". Relativamente aos resultados do IPCTN, António Portela considera que "seria muito bom para o país se o valor [2154 milhões] fosse mais elevado". Para o CEO da Bial, "é crítico promovermos a capacidade do país de gerar inovação", incentivando, para o efeito, "as empresas que investem em I&D".
Quanto ao grupo farmacêutico que lidera, vinca que a investigação, diz, "está no código genético" da empresa, que continuará a apostar no programa de inovação.
Número: 60%
O setor empresas respondeu, em 2021, por 60% do total nacional da despesa em I&D, num total de 2154 milhões de euros. Segue-se o setor do Ensino Superior, com 1202 milhões (33% do total); o Estado, com apenas 170 milhões (5%); e, por último, as instituições privadas sem fins lucrativos, com 83 milhões (2%).
