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Foi publicada, na passada quinta-feira, a segunda exortação apostólica de Bento XVI, intitulada "Verbum Domini" (Palavra do Senhor), na qual o Papa convida a Igreja e a Sociedade actual à redescoberta de Deus: "Num mundo que, muitas vezes, sente Deus como supérfluo ou estranho, não há maior prioridade do que esta: reabrir ao homem de hoje o acesso a Deus, ao Deus que fala e comunica o seu amor". Defende que a relação com a Bíblia deve levar a um compromisso efectivo para "tornar o mundo mais justo", denunciando "sem ambiguidades as injustiças" e promovendo "a solidariedade e a igualdade". A Palavra de Deus, acrescenta Bento XVI, é também "fonte de reconciliação e de paz", pelo que as religiões "não podem nunca justificar a intolerância ou as guerras".
Fruto do Sínodo dos Bispos, em 2008, nessa exortação, Bento XVI defende que é essencial "redescobrir a centralidade da Palavra de Deus" na vida de cada crente e na da Igreja, no seu conjunto, falando na "urgência e beleza" de a anunciar para a salvação da Humanidade.
Os católicos são chamados a tornar-se mais "familiarizados com as Sagradas Escrituras", que o Papa coloca como fundamento de "qualquer espiritualidade cristã viva e autêntica". Lembra que a Igreja "reconhece como parte essencial do anúncio da Palavra o encontro, o diálogo e a colaboração com todos os homens de boa vontade, particularmente com as pessoas pertencentes às diversas tradições religiosas da humanidade." Esse diálogo "não seria fecundo, se não incluísse um verdadeiro respeito por todas as pessoas, para que possam aderir livremente à sua própria religião."