Bispos divididos sobre indemnizações a pagar às vítimas de abusos sexuais
Alguns bispos pensam que terão de ser os tribunais civis a definir quantia a atribuir a quem sofreu maus-tratos sexuais. Nem todos concordam que haja valor monetário. Grupo Vita recebeu 19 pedidos de compensações, entre eles o de um menor. Proposta é entregue hoje, após reparos da CEP.
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A poucos dias de a Igreja decidir como vai indemnizar as vítimas de abusos sexuais, ainda não há consenso entre os bispos. O JN sabe que não estão todos de acordo que se pague uma reparação financeira e alguns entendem que devem ser os tribunais civis a decidir. Os critérios para definir os valores das compensações serão discutidos pelos bispos, a partir de segunda-feira, na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sendo que até à data há 19 pedidos entregues.
O Grupo Vita apresenta hoje a versão final do modelo de reparação financeira às vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa, depois de a CEP ter sugerido mudanças ao documento. “Entregámos a proposta, em fevereiro, e a CEP enviou-nos outra, esta semana, com alterações que estamos a analisar. Daremos feedback e será com esta informação que os bispos irão refletir”, avançou ao JN a coordenadora do grupo Vita, Rute Agulhas, sem revelar as recomendações da Igreja. “Concordámos com algumas e não com outras. É a primeira vez, em Portugal, que se está a pensar sobre isto neste contexto, é natural que não seja um processo imediato”, disse apenas.