Bispos exortam comunicação social a "mostrar mais mensagens de paz do que de guerra”
As Comissões Episcopais para as Comunicações Sociais de Portugal e Espanha, que estiveram reunidas em Viana do Castelo nos últimos três dias, anunciaram hoje que, “diante de um mundo em guerra”, vão “unir-se à proposta do Papa Francisco para uma Jornada de Jejum e Oração pela Paz, no próximo dia 27 de outubro”.
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“Rezamos pelos jornalistas que trabalham em cenários de guerra e que cumprem uma missão imprescindível numa sociedade livre”, declarou D. Nuno Brás, bispo do Funchal e presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações Sociais de Portugal, durante a conferência de imprensa de encerramento do encontro ibérico, que versou sobre o tema da “Sinodalidade e Comunicação” e cujas conclusões indicam que a Igreja deve praticar uma “comunicação proativa” como forma de combater a proliferação de notícias falsas
Os representantes portugueses e espanhóis das Comissões Episcopais para as Comunicações Sociais realçaram a importância de uma maior aproximação à comunicação social e defenderam que, ao ser exercida comunicação no âmbito eclesial, se deve levar em conta “a escuta, o tempo, o diálogo e a analise”.
“As comissões valorizam a necessidade de uma comunicação proativa na Igreja. Reafirma-se a convicção de que só a antecipação informativa evita as fake news, porque quando não há comunicação verdadeira, transparente e oportuna, o espaço é ocupado por rumores. Sublinha-se a importância de estar próximo dos profissionais de informação e de facilitar encontros entre a Igreja e os comunicadores, conscientes da sua imprescindível tarefa”, declarou D. Nuno Brás.
O presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações Sociais de Portugal considerou ainda que “a comunicação eclesial deve ter em conta quatro dimensões: a escuta que exclui os preconceitos; o tempo necessário para uma comunicação de qualidade; o diálogo como condição para um verdadeiro encontro; e a análise que faz dos comunicadores interpretes de mundos complexos”.
D. José Manuel Lorca, bispo de Cartagena, presidente da Comissão Episcopal espanhola, realçou que “a imagem do coração de Viana ficou no coração” da comitiva espanhola presente naquele encontro. "Vamos embora com a cidade aqui, não na cabeça, mas no coração. Foi uma jornada muito agradável e próxima para todos”, frisou, destacando também “a importância dos comunicadores neste momento na sociedade”.
“Estamos convocados como Igreja também a fazer uma comunicação e aproximar-nos dos comunicadores, de uma maneira muito próxima. Abrir-lhes as portas de par em par, e levar-lhe o sentir da Igreja, o coração da Igreja, as suas preocupações e feridas destes Mundo, e tratar de sanar e estar perto sempre de uma maneira especialíssima”, resumiu.
No debate em Viana do Castelo, participaram também como conferencistas o padre Antonio Pelayo, vaticanista espanhol correspondente de vários meios de comunicação de Espanha, e o padre Alexandre Palma, professor da Universidade Católica Portuguesa.