Os abusos sexuais e o pagamento de compensações financeiras às vítimas são alguns dos temas na agenda dos bispos portugueses que começam, esta segunda-feira, uma visita de quatro dias ao Vaticano.
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O encontro, denominado "Ad Limina" (que pode ser traduzido como uma visita ‘ao início da Igreja’, ao túmulo dos apóstolos), é um ritual que se repete de quatro em quatro anos e que leva os bispos até Roma para que “prestem contas” ao Papa.
A última deslocação a Roma realizou-se há nove anos porque as contingências da pandemia e a organização da Jornada Mundial da Juventude obrigaram a adiar a deslocação.
A agenda dos encontros dos vários bispos com os diversos dicastérios que governam a Igreja não foi tornada pública, mas o padre Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), afirmou que falar dos abusos na Igreja em Portugal será inevitável. "É um tema incontornável, nem podia ser de outro modo”, disse o sacerdote, explicando que o tema está presente nos encontros mas particularmente na reunião com o Dicastério para a Doutrina da Fé e o Dicastério dos Bispos.
Em fevereiro de 2023, a CEP recebeu o relatório elaborado pela Comissão Independente que validou 512 testemunhos de abusos. Atualmente, mais de 30 pessoas já iniciaram o processo para serem indemnizadas.
No último dia da visita, quinta-feira, dia 24, os bispos terão uma audiência com o Papa. De acordo com o Direito Canónico, cada bispo deverá apresentar um relatório sobre a situação da sua diocese.