A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai enviar, na quarta-feira, uma carta ao Governo e a todos os presidentes de câmaras municipais a alertar para a necessidade de criar uma carreira e um estatuto remuneratório para os bombeiros voluntários. O presidente da Liga denuncia a dificuldade em recrutar profissionais.
Corpo do artigo
A iniciativa decorre no dia em que a Liga dos Bombeiros Portugueses comemora 120 anos e o objetivo é alertar os agentes políticos para a necessidade de “valorizar a carreira e dar dignidade ao trabalho” dos bombeiros portugueses.
“É necessário regulamentar uma lei de 2007 para que os bombeiros voluntários, com contratos de trabalho nas associações voluntárias, tenham uma carreira e um estatuto remuneratório”, conta ao JN António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Em causa está o Decreto-Lei 241/2007 que define o regime jurídico aplicável aos bombeiros portugueses no território continental.
António Nunes nota que é “mais um alerta” que vai envolver “todos os presidentes de câmara”. “É preciso ter uma carreira e dar dignidade ao trabalho”, acrescenta. De acordo com o dirigente, a situação em algumas associações humanitárias de bombeiros está a tornar-se insustentável, uma vez que existem “cada vez mais dificuldades em manter os bombeiros nas corporações”. A falta de profissionais pode comprometer o transporte de doentes para consultas, hemodiálises ou recuperação funcional.
António Nunes revela que a Liga Portuguesa dos Bombeiros já solicitou uma reunião com o novo Governo, mas ainda não obteve resposta por parte da tutela.
Questionado pelo JN sobre a aproximação da época dos incêndios florestais, António Nunes realçou que os bombeiros “estão preparados todo o ano para os incêndios”, mas esclareceu que será um dos temas a tratar com o novo executivo.