Braga, Leiria e Viseu com maior número de ninhos de vespas-asiáticas destruídos
Em 2024, foram dizimados mais de 25 mil vespeiros. Faro e Beja sem registo, mas houve avistamento na região do Algarve.
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Mais de 25 mil ninhos de vespas velutinas, vulgarmente conhecidas como vespas-asiáticas, foram destruídos no último ano. O número de vespeiros dizimados diminuiu face a 2023, ano em que se registaram mais de 30 mil, mas, ainda assim, continua elevado. Braga, Leiria e Viseu são os distritos onde foram neutralizados mais vespeiros em 2024. Apesar de já terem sido observadas vespas- asiáticas no Algarve, o professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), José Grosso-Silva, garante que, “embora a espécie possa vir a colonizar o país todo, o Sul será sempre mais difícil”.
Em 2024, foram observados 25 693 ninhos de vespas velutinas em Portugal e quase todos (98,8%) foram destruídos, segundo dados fornecidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao JN. Apesar de ter ocorrido uma redução entre 2023 e 2024, o número de vespeiros avistados nos últimos seis anos tem-se mantido sempre alto, sendo que o maior número de observações ocorreu em 2021 (32 787). Tal como os casos observados, as neutralizações têm acompanhado os números elevados, tendo sido mais de 31 mil em 2021.
“Nos primeiros tempos, houve muito alarmismo que até certo ponto era justificado, mas havia muita falta de informação. Não quer dizer que não haja, de facto, um aumento, com flutuações de ano para ano”, explica José Grosso-Silva, curador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
Braga foi o distrito onde se contabilizaram mais ninhos de vespas-asiáticas destruídos (4522) em 2024. Seguindo-se Leiria, com 4355 neutralizações, e Viseu, com o registo de 3701 vespeiros dizimados. Merecem destaque, ainda, os distritos do Porto e de Aveiro com um total de 2899 e 2680 ninhos destruídos respetivamente. Já em Évora, o distrito português em que os primeiros avistamentos foram registados mais tarde, só a partir de 2020, contabilizou 24 neutralizações no ano passado e triplicou face a 2023 (ver infografia).
“A espécie continua, ainda que muito mais devagar, a progredir para sul. Mas à medida que avançamos [no território], a disponibilidade de água é menor e, por isso, começa a abrandar a progressão e a limitar a quantidade de vespeiros que podem existir”, explica José Grosso-Silva. Segundo o ICNF, a vespa velutina já foi avistada no Algarve, embora não haja nenhum ninho confirmado na região e na maioria do Baixo Alentejo. “A espécie poderá colonizar o país todo, mas no Sul será sempre mais difícil”, sublinha o professor universitário.