As quatro forças políticas que no ano passado elegeram deputados em Braga mantêm os cabeças de lista para as eleições legislativas de 18 de maio. Desde 1976, quem ganha este círculo eleitoral também ganha no país.
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Pouco mais de um ano e dois meses depois, as quatro forças políticas que nas últimas eleições conquistaram os 19 assentos parlamentares destinados ao círculo eleitoral de Braga mantêm as apostas: a AD com o secretário-geral do PSD, Hugo Soares; o PS com o ex-ministro e ex-candidato à liderança socialista, José Luís Carneiro; o Chega com o deputado Filipe Melo; e a Iniciativa Liberal (IL) com o presidente do partido, Rui Rocha.
Ao todo, há 15 candidaturas no distrito que funciona como barómetro nacional, uma vez que desde 1976, data das primeiras eleições legislativas, quem ganha em Braga sai também vencedor no país. Entre as novidades está a aposta do Bloco de Esquerda num dos seus fundadores, Francisco Louçã, para tentar inverter os resultados mais recentes – em 2024, os bloquistas ficaram em quinto, a mais de 12 mil votos da IL.
A mobilidade, a habitação e a saúde continuam a ser os temas fortes das agendas políticas, embora AD e PS tenham trocado de posição, uma vez que há um ano os socialistas governavam e agora esse papel cabe à coligação de direita liderada pelo PSD. Hugo Soares pede “estabilidade” para continuar o trabalho iniciado há 11 meses, que é “motivo de orgulho” por ter permitido, “em tão pouco tempo”, “desbloquear” processos que eram apenas “intenção política”, como as obras no Nó de Infias, em Braga, ou do novo Hospital de Barcelos.
Do lado do PS, após ter perdido três mandatos nas últimas eleições, José Luís Carneiro aponta agora à recuperação num dos distritos “mais inovadores, se não mesmo o mais inovador, do país”. O candidato socialista esgrime as “provas dadas” pelo partido enquanto esteve no Governo e, sobretudo, os “compromissos que deixou assinados para o distrito, com garantias de financiamento”, para pedir a “confiança dos cidadãos” e, com isso, recuperar os 50 mil votos perdidos de 2022 para 2024.
O Chega, que conseguiu subir de um para quatro deputados no ano passado, acredita que é possível continuar a fazer crescer a onda. Filipe Melo olha para o último resultado como “ponto de partida” e o “fim do bipartidarismo” de PSD e PS. O regresso da parceria público-privada (PPP) ao Hospital de Braga é um objetivo definido pelo candidato do Chega, que vai ao encontro de uma vontade partilhada pelas outras candidaturas de direita.
Rui Rocha, o líder da IL e único deputado que o partido elegeu por Braga nas duas últimas eleições, também coloca essa reversão como uma das suas prioridades para o distrito e já garantiu que, no que depender dos liberais, “a PPP do Hospital de Braga vai voltar a servir as populações”.
A disputa eleitoral conta ainda com as candidaturas de CDU (Sandra Cardoso), Livre (Jorge Araújo), Nova Direita (José Peixoto), Juntos pelo Povo (João Horta), ADN (Gonçalo Bandeira), PAN (Tiago Teixeira), Volt (Miguel Amador), Ergue-te (Tiago Rodrigues), PPM (Sandra Alemão) e RIR (António Fernandes).
Pormenores
Mais eleitores inscritos
Para as eleições legislativas do próximo dia 18, estão inscritos 782 401 eleitores no distrito de Braga, mais 2238 em comparação com as de 2024. Da última vez, a percentagem de votantes no distrito foi de 71,31%.
Menos listas candidatas
O número de candidaturas baixou de 17 para 15 em relação ao ano passado. Nós, Cidadãos!, PCTP/MRPP e Alternativa 21 (MPT/Aliança), que deixou de existir, não concorrem. Ao invés, o PPM, antes integrado na AD, apresenta lista própria.
BE e CDU longe
O PS tem sido a única força de esquerda a garantir mandatos por Braga. O Bloco elegeu pela última vez em 2019, com a entrada de dois deputados no Parlamento. Já a CDU não elege representantes por este círculo eleitoral desde 2015.