O presidente do Brasil disse que o propósito da presidência rotativa brasileira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é contribuir para uma comunidade moderna e que responda às necessidades dos cidadãos.
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"O propósito da presidência brasileira é contribuir para uma CPLP moderna e afinada com as nossas reais necessidades", como fez a presidência de Timor-Leste e o secretário-executivo Murade Murargy, disse o chefe de Estado brasileiro, ao discursar na sessão solene de abertura da XI conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP.
Michel Temer acrescentou que é para essa jornada que convida os países observadores, destacando: "a sua confiança na nossa capacidade jurídica e administrativa de produzir resultados nos estimula a seguir adiante".
Hungria, República Checa, Eslováquia e Uruguai foram aceites esta segunda-feira, por aclamação, como observadores associados da CPLP, juntando-se assim à ilha Maurícia, Namíbia, Senegal, Turquia, Japão e Geórgia.
A população da CPLP quer prosperidade e empregos, quer serviços públicos de qualidade
O presidente do maior país da CPLP lembrou que a proposta da "presidência brasileira da comunidade é concentrar-se na Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento sustentável".
"O seu desenvolvimento pleno nas suas vertentes económica, social e ambiental é uma exigência da cidadania em cada um dos nossos países", defendeu.
Michel Temer sublinhou que a população da CPLP quer "prosperidade e empregos, quer serviços públicos de qualidade e quer legar um planeta viável aos seus filhos e netos", defendendo que é para isso que a CPLP deve trabalhar.
O chefe de Estado do Brasil lembrou palavras da antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher para dizer que "o dinheiro público nasce do dinheiro privado" e que" é preciso muitas vezes conter a despesa pública, porque você só pode gastar aquilo que ganha", considerando que estas palavras são atuais nos vários países.
Michel Temer disse ainda que a CPLP congrega cerca de 250 milhões de pessoas "unidas por fortes laços culturais, que trazem ao mesmo tempo símbolo da diversidade", vincando que essa é a força da CPLP e defendendo a "pluralidade na unidade e a unidade na pluralidade".
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O líder brasileiro falou ainda no "orgulho" para a CPLP de ver António Guterres indigitado para secretário-geral das Nações Unidas e acrescentou que talvez durante o seu mandato seja possível "fazer com que o português consiga ser língua oficial da ONU", sendo aplaudido.
"Precisamos de uma diplomacia com pés no chão, mas com sede de mudança", advogou.
Antes, o presidente do Senado (câmara alta do Congresso) do Brasil, Renan Calheiros, disse que "as reuniões da CPLP englobam um número cada vez mais significativo" de áreas, desde "saúde e educação, até tecnologia e defesa", considerando que "é justamente esse escopo tão amplo que constitui o principal desafio da organização".
"A amplitude da nossa plataforma exige mobilização conjunta", para, "forma segura e democrática", contribuir para "o futuro da CPLP e a renovação dos seus objetivos", defendeu.
A cimeira dos líderes da CPLP decorre entre até terça-feira e marca o início da presidência brasileira da organização nos próximos dois anos.
A CPLP reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.