O cabeça de lista da AD às europeias afirmou, este domingo, que a coligação responderá aos populismos e extremismos dizendo "não e nunca", defendendo que esse combate se faz com melhor Estado social, mais cultura e lutando contra a corrupção.
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Num comício de final de tarde em Lamego (Viseu), Sebastião Bugalho salientou que uma democracia que celebrou este ano 50 anos "sabe quando está ameaçada".
"É quando a mentira tem mais valor do que a verdade, é quando o populismo tem mais valor do que a realidade, é quando aqueles que, sabendo que não cumprem, se aproveitam das expectativas das pessoas, não para servir mas para enganar as pessoas", afirmou.
"A essa ameaça à democracia, a esse populismo e a esse extremismo, a AD só tem uma palavra a dizer: não, nunca. Não, nunca. Aos extremismos e aos populismos jamais vacilaremos, muito menos no cinquentenário da nossa democracia", afirmou.
O candidato a eurodeputado considerou que o combate ao populismo se faz "respondendo aos problemas sociais das pessoas", na saúde e educação, mas não só.
"Só com boa cultura, com aposta na cultura se reforça o patriotismo vivo e se mantém o nacionalismo morto", afirmou, exemplificando que só em Lamego há dois milhões de fundos europeus investidos neste setor.
Num tema que não tem estado presente nos seus discursos na campanha oficial, Bugalho introduziu a prioridade do combate à corrupção para defender a economia.
"Não temos pudor em dizê-lo: há um fator e uma prioridade fundamental para uma boa economia: o combate à corrupção", afirmou.
Bugalho reiterou que a escolha no próximo dia 9 "é bastante clara", voltando a apontar contradições ao PS, em matéria de política nacional e europeia, acusando-os de "namorar um extremo no Governo e outro na oposição".
"Um voto na AD é um voto seguro, um voto no PS é um voto na dúvida, no ponto de interrogação. Que presidente da Comissão Europeia vão apoiar, que políticas vão implementar, que visão têm dentro do seu próprio partido?", questionou, acusando-os de "an
"Eles prometeram um Portugal inteiro e perderam, nós vamos levar a voz de Portugal inteiro e vamos vencer", disse, numa referência ao slogan do PS nas últimas legislativas.
O candidato voltou a sublinhar o que considera serem ausências no programa eleitoral do PS às europeias, em áreas como transportes, proteção civil ou emigrantes, e deixou uma palavra de apoio aos militares portugueses, no dia em que discursou antes de si o ministro da Defesa Nacional e líder do CDS-PP, Nuno Melo.
"Sabemos que para nos defendermos melhor, temos de nos defender em conjunto, para diminuir o custo do equipamento de que as nossas Forças Armadas também precisam, para terem mais dignidade, mais condições de trabalho", disse.
O candidato considerou que "a dignidade do militar que trabalha todos os dias com a bandeira ao peito tem de ser restabelecido em Portugal" e que não pode haver "um militar português que desiste porque sente que não tem condições para ser militar".
E, apesar de ser independente, Sebastião Bugalho assumiu já sentir "parte da família da AD", coligação que integra PSD, CDS-PP e PPM.
Tal como tem sido habitual nas intervenções nos últimos dias, o cabeça de lista da AD demorou-se mais de cinco minutos nos cumprimentos iniciais, entre presidentes de câmara, de junta e líderes distrais e concelhios de PSD e CDS-PP, destacando quase sempre uma ligação ao concelho em que discursa.
No caso de Lamego, Sebastião Bugalho disse ter sido convidado a discursar nas comemorações oficiais do 25 de Abril no ano passado deste município, apesar de não ser nascido no ano da Revolução.
Se há coisa que já se percebeu "é que do PS não se percebe nada"
O cabeça de lista da AD às eleições europeias considerou que, "se há coisa que já se percebeu sobre o PS, é que do PS não se percebe nada" e escolher o partido é votar "na incerteza".
Durante um almoço-comício em Vagos, Sebastião Bugalho afirmou que, desde as eleições legislativas de 10 de março, já se ouviu do PS "muitas coisas diferentes".
"Vamos chumbar o orçamento, não temos a certeza, estamos a pensar, vamos chumbar o orçamento, afinal não sabemos, logo se vê. Úrsula Von der Leyen foi uma ótima presidente de Comissão [Europeia], afinal está feita com a extrema-direita, o Chega e o PSD são iguais, o Chega e o PSD são diferentes", enumerou.
E como se aproxima o momento "em que o país toma uma decisão sobre o país e sobre o lugar que Portugal quer ter no futuro da Europa", o candidato da AD pediu aos portugueses que deem força "à voz que vai defender e representar os portugueses na Europa", depois da guerra, do alargamento e com um novo quadro financeiro plurianual.
"Quais é que são os fundos que queremos? Como é que vamos negociar e como é que nos vamos posicionar? Que voz é que queremos ter? Quanta força pode ter essa voz?", questionou.
Sebastião Bugalho admitiu que este domingo está a ser particularmente comovente para si, porque hoje já houve pessoas que lhe garantiram ter depositado o voto antecipado na AD e até lhe enviaram o comprovativo.
"Do início do dia até este almoço, tenho recebido as mensagens com as pessoas que me enviam o comprovativo do boletim de voto", contou o candidato às europeias, dizendo ser "muito comovente" a "quantidade de adesão" e de motivação.
Durante mais de quatro minutos do seu discurso, Bugalho elogiou o mandatário nacional da AD para as eleições europeias, Carlos Moedas, que hoje se juntou pela primeira vez à campanha no período oficial.
Referindo-se ao também presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Sebastião Bugalho disse que "ter um mandatário vencedor é um bom sinal para uma candidatura que se quer vencedora".
E o "sonho europeu de querer construir um futuro não deixando ninguém para trás", acrescentou, é aquilo que mais o inspira no Carlos Moedas, enquanto homem e político.
"Se alguém representa em Portugal esse sonho é também o engenheiro Carlos Moedas", frisou.