O preço do cabaz de bens essenciais está a aumentar. Desde o início do ano, o cesto de produtos monitorizados pela Deco Proteste subiu 2,81%. Trata-se de mais seis euros na fatura, num total de 225, 58 euros. O azeite virgem é um dos produtos que mais encareceu. Desde o início do ano, o valor da garrafa aumentou 68%.
Corpo do artigo
O retrato é traçado pela Deco Proteste que, desde o ano passado, monitoriza um cabaz com 63 alimentos essenciais. De acordo com Rita Rodrigues, diretora de comunicação da Deco Proteste, nas últimas semanas, têm-se registado uma "tendência de subida" nos preços. Só no último mês, entre novembro e outubro deste ano, o valor do cabaz aumentou de 1,56%. Se olharmos para os dados desde o início do ano, a subida é de 2,81%. E, se compararmos o valor atual com janeiro de 2022, o aumento 20,18%.
A 5 de janeiro de 2022, segundo a Deco Proteste, o preço do cabaz era de 187,70 euros. Atualmente, é de 225,58 euros. O azeite lidera a lista de produtos com maior aumento o início deste ano. O valor de uma garrafa encareceu 68%. Seguem-se as laranjas (mais 42%), as salsichas (mais 36%), os cereais (mais 35%), os brócolos e a cebola (ambos com um aumento de 29%). O custo da pescada fresca subiu 25%.
Já no último mês e analisando os dados por categoria de produto, as frutas e legumes tiveram a maior, com uma cesta destes produtos a custar mais 4,44% (mais 1,25 euros). Seguem-se o peixe (mais 2,53 euros) e a mercearia (mais 1,07 euros). Em contrapartida, a Deco Proteste registou uma ligeira diminuição no preço dos congelados (68 cêntimos) , da carne (menos 52 cêntimos) e dos laticínios (menos 21 cêntimos).
"Estamos a falar sempre dos mesmos produtos analisados ao longo das semanas. Desde setembro que se têm vindo a notar uma tendência de crescimento, que agora foi um pouco inverta na última semana. A expectativa passa por perceber qual será o comportamento até ao final de dezembro porque, depois, em janeiro, com os aumentos de preços e com a retirada do IVA Zero, temos de perceber qual o real impacto que vai ter nos consumidores", referiu a diretora de comunicação, admitindo que os pedidos de ajuda por parte das famílias "têm vindo a crescer" e "há um elevado número" de agregados que, apesar de trabalharem, "estão a ter dificuldades em fazer face às suas despesas".
"Estamos a falar de classe média que, basicamente, vê a sua capacidade de resposta diminuir. Parece-nos ser uma classe que não está a ser devidamente contemplada nas medidas de apoio", referiu.