Há 493 alunos do Secundário a aprender mandarim em 13 escolas públicas de 12 concelhos, um aumento de 70% de inscritos em dois anos letivos.
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Os números, avançados ao JN pelo Ministério da Educação, evidenciam um crescente interesse dos jovens, mas são apenas uma pequena parte do que se está a fazer no país para ensinar a língua chinesa. Se somarmos os projetos dos cinco institutos Confúcio, os números facilmente ultrapassam os 3 mil.
De acordo com o Ministério da Educação, no ano letivo 2018/2019 estavam inscritos 289 alunos. Em 2019/2020, altura em que o ensino passou a ser lecionado também em escolas profissionais, o número subiu para 420 (290 no 10.º ano, 118 no 11.º e 12 no 12.º ano). Já no atual ano letivo - que corresponde ao sexto do projeto de ensino de mandarim nas escolas portuguesas - estão inscritos 493 (238 no 10.º ano, 244 no 11.º e 11 no 12.º ano), o que corresponde a um aumento de 17% face ao ano anterior e de 70% em relação a 2018/2019.
Mas estes dados referem-se apenas à rede pública do Secundário. Depois, há ainda cursos e projetos dos institutos Confúcio ligados a universidades portuguesas. Dos cinco que existem no país, quatro avançaram ao JN números que refletem a sua atividade.
Em Aveiro, por exemplo, um projeto-piloto do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, que abarca alunos do 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, abrange, este ano letivo, 1838 crianças que frequentam escolas públicas e privadas nos municípios de S. João da Madeira, Espinho, Estarreja, Aveiro e Águeda.
Curiosidade e trabalho
Em Coimbra estima-se que este ano letivo sejam 16 (novas inscrições são possíveis no segundo semestre); em Lisboa prevê-se que cheguem aos 340; e, no Instituto Confúcio da Universidade do Minho, há 451 pessoas a aprender mandarim.
Vários destes institutos promovem, ainda, cursos livres ou apoiam aulas em licenciaturas de estudos asiáticos. E há outros organismos, como o Centro Científico e Cultural de Macau, que também fazem formações. Contas feitas, são, pelo menos, 3138 alunos a aprender a língua.
Wang Souying, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, garante que "os portugueses estão cada vez mais interessados pela língua e cultura chinesas". O "projeto-piloto de Mandarim no Ensino Secundário está a correr com grande sucesso", acrescenta.
As principais motivações para aprender prendem-se com a "vontade de desenvolver novas competências, curiosidade ou negócios", explica Guo Yunjie, do Confúcio da Universidade do Porto, sem conseguir avançar quantos alunos frequentam ali formações. Os restantes institutos apontaram ao JN as mesmas motivações.
Os alunos "referem prioritariamente motivos profissionais, aliados à consciência da importância da China na economia mundial", conta o Confúcio lisboeta. Aliás, concretiza, "mais de 70% dos alunos" consideram o curso "uma mais-valia ou uma ferramenta preciosa da prossecução da sua carreira", havendo procura, por exemplo, de quem envereda pela engenharia, arquitetura, direito, comércio de produtos tradicionais e turismo.