Já foram locais de tertúlias, hoje são atrações turísticas e começaram a vender novos produtos. No futuro, para continuarem abertos terão que voltar a reinventarem-se.
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Durante décadas, os cafés foram lugares de convívio de jornalistas, escritores e outros intelectuais, centros de notícias e locais de reforço dos laços da comunidade. Nestes espaços, que ficavam abertos até de madrugada, declamavam-se poemas, faziam-se tertúlias e nasciam revistas, tendo uma “importância enorme na vida cultural das cidades”, considera Germano Silva, jornalista e historiador. As casas históricas que resistiram transformaram-se em “atrações turísticas” e algumas tiveram de começar a vender produtos novos para sobreviverem. No futuro, terão de “transformar os negócios”.
Foi no café Chave d’Ouro, em Lisboa, em 1958, que Humberto Delgado disse a célebre frase “obviamente demito-o”, referindo-se a Salazar (que governava Portugal), quando questionado sobre o que faria se fosse eleito presidente da República. Este é apenas um exemplo de como os cafés foram palco de episódios marcantes da nossa história.