A Câmara de Lisboa gastou 34 milhões de euros na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), dos quais 23,6 milhões são investimento que "fica para a cidade" e 10,4 milhões correspondem apenas a gastos, revela a Autarquia. Quase metade, 16,35 milhões, foi para o Parque Tejo.
Corpo do artigo
Quase metade do orçamento da Autarquia para a Jornada Mundial da Juventude foi para o Parque Tejo Trancão, local onde se realizaram duas cerimónias do evento católico. A Câmara de Lisboa diz, em comunicado, que gastou 16,35 milhões de euros com as obras do Parque Tejo Trancão, dos quais 4 milhões com a ponte ciclo pedonal sobre o rio Trancão. Gastou ainda 5,89 milhões de euros com equipamentos para os bombeiros, polícia municipal e proteção civil e 970 mil euros com obras no espaço público, como reparação de instalações sanitárias.
Estas intervenções totalizam 23,6 milhões de euros e representam “um investimento que fica para o futuro da cidade”, assegura a Autarquia. “Apenas 10,4 milhões de euros são custo que se esgota com a Jornada”, ressalva ainda. O valor despendido na JMJ pela Câmara de Lisboa fica assim um milhão de euros abaixo do orçamento inicial previsto (35 milhões), cifrando-se nos 34 milhões de euros.
236 contratos
A Câmara de Lisboa e as empresas municipais EGEAC, Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) realizaram 236 procedimentos de contratação pública. Destes, 15,3 milhões de euros através de concursos públicos e 14,4 milhões de euros através do regime de ajuste direto, regime de exceção consagrado nas leis do orçamento do Estado para a Jornada da Juventude. Gastaram 2,2 milhões através de outros tipos de procedimentos do regime geral de contratação pública, com 48% do valor global das contratações a serem feitas por concurso público.
“Nos processos de ajuste direto, a Câmara de Lisboa promoveu consultas preliminares para identificar fornecedores e aferir valores de mercado. De igual forma, a dispensa de fiscalização prévia do Tribunal de Contas não significou ausência de fiscalização por parte do Tribunal de Contas. A informação relativa a todos os procedimentos da Jornada foi enviada para o Tribunal de Contas no decorrer do processo, para efeitos de fiscalização concomitante e foi entregue à Assembleia Municipal junto com o relatório sobre a operação JMJ em Lisboa da Câmara”, esclarece ainda a Autarquia.
Retorno
O Município informa que “os números do turismo relativos a agosto apresentam um incremento de 31,7% face ao mesmo mês de 2022 e mais 37,6% em proveitos globais face a 2019”. Segundo dados do Observatório do Turismo de Lisboa e do Infogeste, citados pela Câmara, “Lisboa fechou o mês de agosto com os maiores números de sempre, ultrapassando 2019 com mais 37,6% em proveitos globais e face a 2019 é o segundo destino europeu que apresenta a maior recuperação: 8,2%”.
Quanto ao retorno para a cidade, a Câmara de Lisboa diz que “houve mais de 234 mil menções por dia à JMJ e à cidade de Lisboa”, “mais de oito mil notícias na internet e sete mil notícias em dezenas de televisões de todo o mundo com referência a Lisboa” e “a JMJ e Lisboa chegaram a mais de 500 milhões de lares em todo o mundo”.