Pese embora o estado de alerta, Portugal continua sem efetuar rastreios nas fronteiras. Em Vilar Formoso, que já acusa quebras acentuadas de movimento nas entradas e saídas do país, os camionistas cumprem as pausas obrigatórias no parque tir e confirmam ausência total de controlo.
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"Cheguei de Valência, Espanha e quando entrei em Portugal ninguém me mandou parar para ver se tinha febre ou sintomas suspeitos de coronavírus", diz Nuno Vaz. "Vi painéis ao longo de todo o percurso a alertar para a pandemia, mas nada mais o que isso", referiu ainda a caminho da Mealhada, no distrito de Coimbra.
Ao lado, outro camionista polaco também fazia tempo para seguir viagem. "Agora não aconteceu nada, mas sei que no regresso vou ser controlado", sublinhou, sabendo que a Polónia, Chipre e Dinamarca já não deixam passar ninguém sem medir a temperatura. "As áreas de serviço estão fechadas e só atendem os clientes através de um guichet resguardado por vidro, mas tirando isso não há mais nada", evidenciou Paulo Martins proveniente do Reino Unido.
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DGS diz que "screening é pouco eficaz"
Apesar do apelo da comissária europeia para que os países da União privilegiassem o controlo ao encerramento unilateral das fronteiras, Portugal não está, por enquanto, a rastrear quem chega de outros pontos da Europa.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) não afasta de todo a possibilidade de recomendar o método de "screening" que consiste em apontar termómetros aos automobilistas e assim medir a temperatura corporal, mas considera que o método "não tem grande eficácia".
No Hospital da Guarda, unidade de segunda linha para Coronavirus na região centro, entraram ontem dois camionistas italianos com suspeita de infeção, mas, o último boletim da instituição garante que, nas ultimas 24 horas, o estudo epidemiológico efetuado a 14 utentes deu negativo.
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