Professora de Ponte de Lima utiliza "Tilray Flor Seca" há um ano. Três meses de tratamento custam 160 euros.
Corpo do artigo
Há mais de dez anos que Natália Pereira tomava o tramadol 200, um analgésico opioide que alivia a dor intensa. “É forte, mas o único que permite ter uma vida (quase) normal”. O receio de uma lista extensa de contraindicações era diário. A esperança de viver sem medo (e sem dor) chegou há um ano, quando um médico propôs o tratamento com canábis medicinal. Desde então, reduziu o tramadol para a dose mínima.
Anos de consultas com diferentes médicos e especialidades deram à professora primária a resposta para o problema de uma vida inteira: tem fibromialgia, doença de Charcot-Marie-Tooth e depressão major. Toma oito medicamentos por dia, além da vaporização da canábis, e “com a ingestão frequente de tantos químicos é inevitável existirem comorbilidades”, partilha. Mas, dentro de alguns meses, espera conseguir deixar o tramadol. E, no futuro, talvez alguns dos outros medicamentos. Começar o tratamento não foi fácil (ou rápido). Foram cerca de quatro meses para conseguir uma farmácia que “arranjasse” o "Tilray Flor Seca". Apenas o conseguiu no distrito do Porto. Para conseguir comprar em Ponte de Lima, foi necessária a intervenção do Observatório de Canábis Medicinal (OPCM).