
Todos os dias, há 191 pessoas que recebem o diagnóstico de cancro em Portugal
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Todos os dias, em Portugal, 191 pessoas recebem o diagnóstico de cancro e 92 perdem a vida a lutar contra este tipo de doença, que é já a segunda causa de morte no país, a seguir às patologias cardiovasculares.
A tendência é de aumento e não atuar tem custos sociais e económicos. Mas, contra estas evidências, Portugal continua a investir menos em saúde do que a média europeia - cerca de 38% abaixo. O retrato, divulgado esta quarta-feira, é feito por oito organizações numa carta que seguiu para a ministra da Saúde e outros responsáveis públicos com um pedido claro: "É tempo de tratar o cancro a sério".
"Em Portugal, as doenças oncológicas não estão a ser tratadas como devem ser" e, neste tipo de patologias, "fazer muito pouco corresponde a um aumento da mortalidade, do sofrimento das pessoas e dos custos do Serviço Nacional de Saúde", pelo que o cancro "exige, dos decisores de políticas públicas, uma visão mais competente, organizada e, sobretudo, humanista", resume Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal.
As oito signatárias
Esta associação assina a carta conjuntamente com a AC Rim, Careca Power, Associação EVITA-Cancro Hereditário, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Plataforma Saúde em Diálogo, Pulmonale e Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. As organizações, que divulgam o documento esta quarta-feira para assinalar o Dia dos Direitos Humanos, querem reuniões formais com o Governo e compromissos concretos e calendarizados para alterar esta realidade. O combate deve ser "um desígnio nacional" e não há mais tempo a perder, lê-se na carta.
Promover rastreios
No documento, consideram que é essencial reforçar a literacia em saúde, reduzir os tempos de espera para exames e tratamentos, reforçar equipas médicas e criar uma entidade específica para a oncologia, além de otimizar e alargar a cobertura dos rastreios existentes e estudar a viabilidade de implementação de programas organizados adicionais para o pulmão, próstata e estômago.
Os governantes, sublinha também Vítor Neves, "têm que ter uma sensibilidade para a promoção dos rastreios, que é o caminho mais barato e mais eficaz para a diminuição de doenças oncológicas".
