
António Braga, líder da coligação Somos Braga
Foto: Miguel Pereira
O candidato da coligação PS/PAN à Câmara de Braga, António Braga, questionou esta quarta-feira a "legitimidade política" da adjudicação da obra de requalificação do nó de Infias a poucos dias das eleições autárquicas e defendeu que esta intervenção "não resolve os problemas de mobilidade da cidade".
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"A 15 dias das eleições, há legitimidade política para impor uma infraestrutura desta dimensão ao próximo presidente de Câmara, seja ele quem for?", questiona o líder da coligação Somos Braga (PS/PAN), num comunicado enviado esta quarta-feira às redações.
Conforme o JN noticiou, a obra de requalificação do nó de Infias vai ser adjudicada esta quinta-feira, numa sessão realizada em Lisboa e presidida pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, no seguimento do concurso público lançado em maio pela Infraestruturas de Portugal.
No comunicado, António Braga considera que esta infraestrutura "não resolve os problemas de mobilidade da cidade" e que "apenas vai empurrar mais trânsito para o centro, sobrecarregando ainda mais essa zona da cidade".
Nesta fase, segundo o candidato da coligação PS/PAN, a "prioridade devia ser investir na construção da segunda circular, que permitirá desviar o tráfego para a periferia e aliviar o congestionamento urbano". Para António Braga, com essa solução, "quem vem de fora da cidade, dos concelhos periféricos, não teria de passar pelo centro da cidade".
Ainda na área da mobilidade, o candidato, que sempre se manifestou contra a implementação do BRT (metrobus), sublinha que a empreitada para a construção da primeira ligação desse novo sistema - entre a estação ferroviária e o hospital - deverá ser adjudicada nos primeiros dias de outubro, "ainda antes das eleições". "Esta solução para a cidade é rejeitada por nove dos 10 candidatos à Câmara Municipal. Decisões destas são sempre um compromisso de várias décadas e milhões de euros, pelo que devia existir diálogo", conclui António Braga.
Investimento de 14,5 milhões
A intervenção no nó de Infias representa um investimento de 14,5 milhões de euros e terá um prazo de execução de quase dois anos (660 dias), prevendo, entre outros trabalhos, a criação de um viaduto. "A intervenção tem como objetivos melhorar a circulação e a segurança rodoviária, aumentar a capacidade de escoamento de tráfego, requalificar as ligações da EN101 à Avenida António Macedo e as saídas da cidade de Braga", refere um comunicado divulgado na terça-feira pelo município.
A Câmara de Braga salienta que o nó de Infias "constitui atualmente um dos pontos mais críticos de congestionamento de tráfego na cidade, situado numa zona residencial e de intensa atividade comercial e de lazer".
"A obra contempla intervenções fundamentais, como a criação de novos ramos de ligação entre a EN101 e a EN14, a reformulação de acessos rodoviários e pedonais, trabalhos de terraplenagem, drenagem, pavimentação, sinalização e segurança rodoviária e execução de obras de arte especiais", conclui o comunicado da autarquia.
A cerimónia de assinatura do contrato está marcada para as 17.30 horas, no campus do Governo, em Lisboa, com a presença do ministro Miguel Pinto Luz e do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que está a pouco tempo de encerrar um ciclo de 12 anos como autarca.

